A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco , deve prestar depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (2) sobre as acusações de assédio sexual contra o ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida . O caso pode ser classificado como importunação sexual e está sendo investigado pela PF desde o início de setembro.
Anielle Franco relatou a pessoas próximas que foi abordada de maneira inapropriada por Silvio Almeida, ex-ministro do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A autorização para a abertura do inquérito foi concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, atendendo a um pedido da PF e com aprovação da Procuradoria-Geral da República (PGR). O caso será supervisionado pela Suprema Corte.
Silvio Almeida foi demitido em 6 de setembro, um dia após a ONG Me Too Brasil divulgar as denúncias de assédio. O ex-ministro nega as acusações, alegando ser vítima de perseguição.
Além da denúncia feita por Anielle, duas ex-servidoras do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania também denunciaram Almeida à PGR por injúria e difamação, após serem mencionadas em uma nota pública do ministério em resposta às acusações de assédio.
A nota do ministério, sem apresentar provas, levantou suspeitas de irregularidades em uma licitação para o serviço do Disque 100, que recebe denúncias de assédio. De acordo com o portal UOL, a pasta mencionou tentativa de interferência indevida na licitação por parte da ONG Me Too, que divulgou os casos de assédio envolvendo Almeida e relatou os nomes de duas servidoras. As denunciantes são Kelly Garcêz, ex-coordenadora-geral do Disque 100, e Iany Brum, que também ocupou um cargo de coordenação do serviço. Silvio Almeida também está sendo investigado pela Polícia Federal por essas acusações.