O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino , defendeu, durante coletiva de imprensa sobre o balanço de sua gestão à frente da pasta, as políticas de desencarceramento adotadas pelo atual governo. Na ocasião, Dino pronunciou que os delitos graves precisam de punições severas, enquanto os “brandos” demandam apenas medidas alternativas.

Nesse sentido, o ministro afirmou que “punição não é sinônimo de prender” e que mesmo diante dessas alternativas, isso não significa que o governo seja negligente com a criminalidade, mas que combate o problema com "medidas efetivas". O futuro ministro da Justiça. Ricardo Lewandowski , também já mostrou ter uma visão parecida a de Dino.

Ainda durante a apresentação do balanço de operações à frente do ministério , Flávio Dino comparou alguns feitos no ano de 2023 e no Governo Bolsonaro, na qual destacou um maior investimento em Segurança Pública, com R$ 1,5 bilhão em 2023, comparado a R$ 1,2 bilhão de 2022.

Em contraponto, o deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS), que foi presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados em 2023, pontuou algumas divergências no discurso de Dino.

“Desprezou três convocações aprovadas pela Comissão de Segurança Pública da Câmara; fez vistas grossas para o flagrante crescimento do narcotráfico; fez discursos ameaçando policiais; escondeu as imagens do 8 de janeiro; ao invés de colocar em prática uma grande operação de combate firme e implacável às organizações criminosas, preferiu visitar o Complexo da Maré ou dar guarida às narrativas mentirosas de que os CACs [caçadores, atiradores e colecionadores] forneciam armas para as facções”, declarou o deputado federal.

Dino deixa o comando da pasta para assumir seu posto no Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 22 de fevereiro. No seu lugar, o ex-ministro da Suprema Corte, Ricardo Lewandowski, assume a direção do Ministério da Justiça.