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O que sobra no prefeito de Teresina, falta no governador Wellington Dias


Quando o vice pesa

Constitucionalmente, o papel que cabe ao vice é muito discreto: ele é uma reserva técnica para substituir o titular nos seus impedimentos e na vacância do cargo. Mas há momentos em que ele ganha relevância, como agora, no Piauí, diante das definições para a sucessão estadual deste ano.

O governador Wellington Dias, por exemplo, está com vontade no corpo todo de ser candidato a senador. As pesquisas de intenção de voto sinalizam para sua vitória. Os líderes dos partidos que formam o blocão governista também dizem por uma só voz que ele será bem-sucedido.

Mesmo assim, o governador não tem segurança de renunciar ao cargo em abril próximo, para efeito de desincompatibilização. Ele quer dar uma condução à sua sucessão. O vice-governador Wilson Martins quer dar outra. Daí surge o impasse que as conversas travadas até agora entre os dois não conseguiram superar.

Wellington, se não sair, estará jogando fora oito anos de mandato de senador. Em nome de quê ele sacrificaria, sem a menor necessidade, a sua vitoriosa carreira política? Wilson, se não assumir em abril, estará perdendo um mandato-tampão de dez meses de governo. Quem dos dois tem mais a perder?

Na oposição, o prefito Sílvio Mendes também está com vontade no corpo inteiro de concorrer ao governo. Ele espera até o final do mês reunir as condições para tanto. Se sair, o prefeito sabe que estará entregando a Prefeitura a um adversário político. Elmano Férrer lutará pela eleição do presidente do seu partido, o senador João Vicente Claudino.

Mesmo asssim, Sílvio não tem qualquer receio em transmitir o cargo ao seu vice, que governará durante quase dois terços do mandato. Nas avaliações que fez, o prefeito concluiu que passando o cargo para seu vice estará entregando a Prefeitura e a cidade em boas mãos. Assim, o seu vice não chega a ser um problema que o deixe reticente quanto à sua saída, no início de abril. Se ele não renunciar ao cargo para ser candidato será por outro motivo.

Trocando em miúdos: o que sobra no prefeito de Teresina, falta no governador Wellington Dias – a confiança em seu vice.

*ZÓZIMO TAVARES É JORNALISTA E EDITOR CHEFE DO JORNAL DIÁRIO DO POVO 

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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