*Por Prof. Nicolau Marmo
O novo ENEM terá duas finalidades: avaliar o Ensino Médio e selecionar alunos para as universidades federais. Tende a não ser eficiente, nem em uma coisa, nem na outra, pois é difícil harmonizar num único exame duas expectativas tão distintas.
O MEC faria melhor se mantivesse o ENEM como exame avaliador do Ensino Médio, tornando-o obrigatório, e elaborasse uma prova específica para o vestibular unificado das universidades federais, balizada nos princípios dos PCNs.
No que se refere à quebra de sigilo, foi uma surpresa acontecer na gráfica. Previa-se que isso pudesse ocorrer em um dos 10.000 postos de exame espalhados por esse Brasil afora.
• Que conseqüências para os alunos trouxe a mudança de datas do novo ENEM?
Há males que vêm para bem. Como disse o senhor Ministro, os alunos terão mais tempo para estudar. Acrescentamos: e as escolas poderão terminar os programas.
• O que os alunos acharam da prova que não foi realizada?
Questões fáceis, porém com enunciados longos, cansativos, que exigem muita concentração, leitura cuidadosa. Consideram o número de testes exagerado para o tempo disponível.
• O que os professores acharam dessa prova?
Aproximadamente 70% das questões estão adequadas à avaliação do Ensino Médio, uma vez que para esse fim não se costuma cobrar conteúdo. 30% das questões serviriam para selecionar candidatos, se não fosse a despreocupação em relação à abrangência dos principais tópicos do programa. A distribuição dos assuntos foi aleatória. Para exemplificar, não constaram questões de Eletricidade, Óptica, Oscilações e Acústica.
• Como agiram os diversos vestibulares quanto à coincidência de datas de provas?
Alguns desistiram do ENEM e outros alteraram suas datas.
• A FUVEST desistiu do ENEM. Isso trará algum prejuízo para o seu vestibular?
Não, ao contrário, trará benefícios. O ENEM tem sido um intruso no processo de seleção da FUVEST. Como cansamos de afirmar: ENEM significa Exame Nacional do Ensino Médio.
*Prof. Nicolau Marmo é coordenador geral do Sistema Anglo de Ensino. Desde a década de 50, atua na preparação de estudantes para os principais vestibulares do país
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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