Imagem: O GloboClique para ampliarQuando chama para si o direito de indicar seu sucessor o governador age estritamente na defesa dos seus interesses pessoais.
"Democracia é oportunizar a todos o mesmo ponto de partida. Quanto ao ponto de chegada, depende de cada um.". A frase acima é do escritor mineiro Fernando Sabino e vem bem a calhar para que possamos ilustrar o momento político por que passamos no Piauí, onde o governador Wellington Dias (PT) deu um chega pra lá nos princípios democráticos e se auto-proclamou o ‘imperador das eleições’, que tudo pode e do qual deriva o poder de indicação do seu sucessor. Quando Sua Excelência marca a data e hora para definição do "seu candidato" a governador (e os asseclas de plantão não me venham falar de candidato da base aliada) ele deixa de “oportunizar a todos o mesmo ponto de partida”, o qual se refere Fernando Sabino, e tripudia sobre o direito de escolha da população, que vê atônita seu governante tratá-la como mera expectadora com o “direito” apenas de aguardar a determinação do seu soberano.
Wellington Dias, quando promete apoiar A ou B, não está agindo em favor de João Vicente Claudino, Wilson Martins, Antônio José Medeiros, Marcelo, ou qualquer outro pré-candidato a governador do Piauí. Quando chama para si o direito de indicar seu sucessor o governador age estritamente na defesa dos seus interesses pessoais. Na defesa do desejo de continuar tendo influência no poder, mesmo fora dele.
Até mesmo a decisão de divulgar dia 19 de março o nome do “seu candidato” a governador é uma decisão pautada na ambição pelo poder. Wellington Dias quer ter pelo menos por algum tempo (até 2 de abril) o seu indicado sob tutela. Se o desagradar pode até ser “desindicado”. É o pleno exercício do poder em favor de um projeto pessoal e intransferível.
Como bem disse o senador americano Barry Goldwater “Aqueles que procuram o poder absoluto, mesmo que eles o procurem para fazer o que consideram como bom, estão simplesmente pedindo o direito de forçar suas próprias versões de paraíso na terra; e deixe-me lembrá-los que eles são exatamente os mesmos que sempre criam a mais infernal tirania."
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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