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Colunista Herbert Sousa (in memory)
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Mulher presa com 200 mil euros na calcinha vira ré em processo da operação lava-jato feita pela Polí


A Justiça Federal do Paraná aceitou denúncia contra mais nove investigados da Operação Lava-Jato. Entre os réus está a doleira Nelma Mitsue Penasso Kodama, presa em 15 de março no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP), com 200 mil euros, parte deles escondida na calcinha. Para o Ministério Público Federal, Nelma tentava fugir do país. Em depoimento à Polícia Federal, ela alegou que viajaria para comprar móveis em Milão na Itália.

Nelma, que aparece em emails apreendidos pela polícia se definindo como "doleira e a última dama do mercado", é acusada de ser a "chefe de uma organização criminosa voltada para operar às margens do sistema financeiro" e ter cometido crimes como organização criminosa, evasão de divisa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa. Para a procuradoria, as atividades ilegais dela somaram R$ 103 milhões somente entre 2012 e 2013.
Doleira Nelma Mitsue Penasso Kodama(Imagem:Divulgação)Doleira Nelma Mitsue Penasso Kodama
A denúncia do MPF foi aceita pelo juiz Sergio Fernando Moro na sexta-feira passada. Na mesma semana, ele determinou que Nelma e outros três integrantes da suposta organização criminosa liderada pela doleira permaneçam presos por causa do risco de eliminação de provas e prejuízo para o processo. Eles estão na carceragem da Polícia Federal em São Paulo.

Na denúncia, a procuradoria diz que Nelma "possui longo envolvimento com a prática de crimes financeiros desde 1998". Ainda segundo o MPF, entre os clientes da doleira estavam empresários do setor de transporte coletivo de Santo André, onde tinha a empresa Havai Câmbio e Turismo. A procuradoria também descreve que Nelma foi muito próxima do também doleiro e preso na Lava-Jato Alberto Youssef.

Pelo episódio dos euros na calcinha, Nelma obteve o benefício de pagamento de fiança, arbitrada em R$ 15 mil, para ficar em liberdade, mas por estar respondendo a outros crimes no âmbito da Lava-Jato, ela seguirá presa.

Nelma já foi condenada por lavagem de dinheiro a três anos e seis meses por envolvimento no esquema de venda de sentenças desmantelado na Operação Anaconda, que teve como personagem central o ex-juiz João Carlos da Rocha Mattos.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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