Os conhecidos gritos de ‘bicha’ de corintianos para o goleiro Rogério Ceni chegaram ao Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo. Para o TJD, no entanto, a atitude dos torcedores no estádio não é homofóbica. O presidente do órgão, Mauro Marcelo de Lima e Silva, decidiu arquivar as denúncias, que poderiam até resultar em punição para o próprio clube do Parque São Jorge.
Pelo menos três representações chegaram à entidade: por parte da Coordenação de Políticas LGBT da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo, a segunda parte por um advogado e também uma terceira, do Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual.
Todas elas tinham um mesmo pedido: providências em relação ao comportamento da torcida do Corinthians durante o jogo contra o São Paulo ocorrido no dia 9 de março.
Durante esta partida, bem como em outras, por diversas vezes, quando Ceni tocava na bola, os torcedores gritavam em coro "ôôôôôô ....... bicha!!".
De acordo com a decisão do presidente do TJD, para o ato se configurar homofobia faltaram outros elementos, que não foram identificados.
Para Marcelo o que aconteceu foi mais um deboche público, uma zombaria, uma piada em coro, uma grande piada politicamente incorreta motivada pelo que a psicologia social e de massa chama de "efeito manada", em que os torcedores - dentro do seu grupo e levados pela emoção do momento - esquecem qualquer tipo de ética, valor moral e bons costumes, propendendo a cometer atos e condutas que não os praticariam e nem teriam de modo individual.
"Vivemos hoje uma realidade plural, diversa e diferente e de difícil aceitação para uma sociedade "heterocentrada" como a nossa. Comportamentos que antigamente eram considerados desviantes da sociedade, hoje são aceitos. É certo que precisamos "despreconceitualizar" e debater, sem paixões, a diversidade sexual, homossexualidade e homofobia no universo futebolístico, esporte esse que é sempre considerado uma prática masculina, viril, "coisa de macho", mas com isso, carregando uma péssima fama de ambiente altamente preconceituoso e propício a incitar o ódio, a exclusão e a homofobia", comentou Marcelo.
Marcelo mostra preocupação com a tênua linha que divide a brincadeira da ofensiva e propõe medidas de prevenção para evitar que preconceitos e discriminações sejam frequentes no futebol.
Em ofício ao presidente da Federação Paulista de Futebol, Marcelo sugeri uma campanha anti-homofóbica nos campeonatos patrocinados pela federação e que os árbitros registem em súmula quaisquer atitudes e comportamentos preconceituosos e discriminatórios das torcidas durante os jogos, para eventual apreciação pelo TJD.
Pelo menos três representações chegaram à entidade: por parte da Coordenação de Políticas LGBT da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo, a segunda parte por um advogado e também uma terceira, do Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual.
Todas elas tinham um mesmo pedido: providências em relação ao comportamento da torcida do Corinthians durante o jogo contra o São Paulo ocorrido no dia 9 de março.
Durante esta partida, bem como em outras, por diversas vezes, quando Ceni tocava na bola, os torcedores gritavam em coro "ôôôôôô ....... bicha!!".
De acordo com a decisão do presidente do TJD, para o ato se configurar homofobia faltaram outros elementos, que não foram identificados.
Imagem: ReproduçãoTorcedores do Corinthians
"O que ocorreu com Rogério Ceni no mencionado jogo foi homofobia? Claro que não. Faltou ali o "animus" da vontade positiva e dolosa de criticar a opção sexual do atleta, existindo uma distância muito grande entre o que aconteceu com ele e uma atitude realmente homofóbica. Não houve ofensa à sua sexualidade ou orientação sexual", afirma Mauro em sua decisão.Para Marcelo o que aconteceu foi mais um deboche público, uma zombaria, uma piada em coro, uma grande piada politicamente incorreta motivada pelo que a psicologia social e de massa chama de "efeito manada", em que os torcedores - dentro do seu grupo e levados pela emoção do momento - esquecem qualquer tipo de ética, valor moral e bons costumes, propendendo a cometer atos e condutas que não os praticariam e nem teriam de modo individual.
Imagem: ReproduçãoGoleiro Rogério Ceni
"Vivemos hoje uma realidade plural, diversa e diferente e de difícil aceitação para uma sociedade "heterocentrada" como a nossa. Comportamentos que antigamente eram considerados desviantes da sociedade, hoje são aceitos. É certo que precisamos "despreconceitualizar" e debater, sem paixões, a diversidade sexual, homossexualidade e homofobia no universo futebolístico, esporte esse que é sempre considerado uma prática masculina, viril, "coisa de macho", mas com isso, carregando uma péssima fama de ambiente altamente preconceituoso e propício a incitar o ódio, a exclusão e a homofobia", comentou Marcelo.
Marcelo mostra preocupação com a tênua linha que divide a brincadeira da ofensiva e propõe medidas de prevenção para evitar que preconceitos e discriminações sejam frequentes no futebol.
Em ofício ao presidente da Federação Paulista de Futebol, Marcelo sugeri uma campanha anti-homofóbica nos campeonatos patrocinados pela federação e que os árbitros registem em súmula quaisquer atitudes e comportamentos preconceituosos e discriminatórios das torcidas durante os jogos, para eventual apreciação pelo TJD.
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
Ver todos os comentários | 0 |