O pensador espanhol Baltazar Gracian, que premiou o mundo com a obra intitulada a "Arte da Prudência", afirmou no século XVII que "todos são idólatras...uns poucos da virtude, muitos do dinheiro e quase todos do prazer". A julgar pelo que aconteceu em Oeiras, poucos minutos depois da decisão de um ministro do Superior Tribunal de Justiça de mandar soltar Igor Martins, os autores do foguetório ouvido na cidade inteira em homenagem ao advogado, podem ser enquadrados perfeitamente no segundo caso. O vídeo mostra que a bateria de estampidos ensurdecedores aconteceu perto da tradicional Igreja Matriz de Nossa Senhora da Vitória, que certamente não aprovou a manifestação.
Indignados, moradores da cidade filmaram o foguetório e enviaram para este jornalista e para alguns colegas, na certeza de que, mostrada no Piauí inteiro, a comemoração assombraria todos aqueles preocupados com as mudanças de valores que estão, infelizmente, ocorrendo no Estado. O acionador da bateria de foguetes teria sido o funcionário da prefeitura de Oeiras conhecido como "Cremosinho", ele próprio declarado admirador de Igor Martins.
A pergunta é a seguinte: "Cremosinho teria acionado o foguetório por conta própria ou a mando dos chefes? Seria o caso de se perguntar também se o modesto funcionário dispõe de recursos para tocar fogo em tantos foguetes. De qualquer forma a comemoração serve para deixar absolutamente claro o nível de proximidade que Igor Martins tinha com a Prefeitura de Oeiras.
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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