Retaliação a deputados que votaram em Themístocles Filho prejudica Governo

Política não se faz com revanchismo; política se faz com diálogo, com argumentos, e até com gentilezas, principalmente quando se trabalha no campo em que os aliados ou adversários foram eleitos pelo voto democrático. Quanto mais paciente e tolerante for o político, melhor.

Os comentários que têm sido feitos por alguns integrantes mais inconsequentes do Governo não ajudam Wellington Dias. Quem tem habilidade no trato com a política sabe que o mais correto é esquecer o resultado da eleição da Assembleia e partir para a manutenção da base que já foi construída, ampliando-a com um bom relacionamento com todos os deputados.

Entre os 30 deputados estaduais do Piauí com certeza nenhum deles ficará contra o Governo sempre que colocar a discussão de medidas que beneficiem a população. Nesses momentos, aqueles que ficam defendendo "caça às bruxas" nada mais querem do que trabalhar em beneficio próprio, prestando um serviço ao chefe que não produz resultados positivos.

É preciso que se compreenda que ser governo no Nordeste significa influenciar muita coisa mas não todas as coisas. Para se conseguir resultados no campo democrático é necessário mais habilidade do que força. O governador Wellington sabe muito bem o que é isso porque ele próprio é um político hábil.

O que parece estar faltando são pelo menos mais dois auxiliares com o mesmo espírito do governador. Um governo popular e democrático não precisa de pregadores da vingança, propagandistas da raiva, da revanche, precisa de gente com a natureza verdadeiramente politica e que não ocupe os espaços frequentes da imprensa para gerar antipatia.

EXCLUSIVAS

"O babaca do Luis..."
Enfurecido até hoje com o "pronunciamento" do secretário de Mineração Luis Coelho no jantar de sábado com os deputados que estavam apoiando Fábio Novo para presidente da Assembleia Legislativa, um deputado estadual comentou: "O babaca do Luis Coelho não lembra que saiu ainda ontem do governo Zé Filho. Ele não podia falar como se mandasse em deputado. Acabou prejudicando o Fábio."

É bom de Governo
Luis Coelho pode até ter feito um pronunciamento catastrófico no jantar de sábado mas ninguém pode negar sua extraordinária aptidão para ser Governo. Deixou uma secretaria de extrema confiança de Zé Filho, o ex-governador, no dia 31 de dezembro, e no mês seguinte assumiu outra no Governo que derrotou o seu.

Nas rodadas
O ex-prefeito de Paulistana, Luis Coelho, não foi apenas secretário com gabinete dentro do Palácio de Karnak no Governo de Zé Filho. É amigo pessoal do ex-governador, com quem sempre esteve em encontros em restaurantes, viagens, eventos, acontecimentos movimentados e visitas ao litoral. Ao lado dos dois, sempre o inseparável amigo Ricardo Camarço, ex-prefeito de José de Freitas.

Prefeitos juntos
Zé Filho, Luis Coelho e Ricardo Camarço, foram prefeitos juntos. O trio se entendia muito bem, principalmente quando estavam a serviço dos interesses maiores de seus municípios.

Amor e ódio
Com pouco mais de 30 dias na Secretaria de Governo, o suplente de deputado federal Merlong Solano, já consegue gerar sentimentos de amor e ódio dentro da base aliada.

Notícias ruins
Petistas mais discretos fazem críticas a Merlong, comentando que ele parece ter prazer de ir para a televisão "dar noticias ruins", esquecendo de fazer a articulação do Governo.

Estilo aprovado
Um outro segmento de petistas aprova o estilo do secretário de Governo e acha que ele deve mesmo utilizar um tom mais duro nas entrevistas.

Quer o Franzé
Um ex-vereador do PT com muito trânsito e prestigio dentro da direção do partido confidenciou para este modesto repórter que "o Wellington poderia ter aproveitado o atual secretário de administração, Franzé Silva, na Secretaria de Governo porque mesmo sendo um técnico que nunca teve mandato tem habilidade para tratar com os políticos".

Preparado
Melong Solano é um dos quadros mais preparados do Partido dos Trabalhadores, não tenho dúvidas, mas começa a enfrentar críticas.

Confiança
O governador Wellington Dias havia escolhido a vice-governadora Margarete Coelho para a Secretaria de Governo, mas o PT queria na função, a mais próxima do governador, um nome da própria agremiação, de muita confiança. Ai ele recorre a Merlong, um parlamentar atuante que saíra no sacrifício com uma candidatura a deputado federal.

Queria a Educação
Merlong Solano, por sua vez, queria ser secretário de Educação do Estado, mas sua vontade coincidiu com a da deputada Rejane Dias e ele perdeu a preferência.

Flora também
Entre petistas que conversaram com este repórter existe até quem defenda a ida da deputada Flora Izabel para a Secretaria de Governo.

É forte
Mesmo sendo alvo de críticas silenciosas já no inicio do Governo, Merlong Solano é muito forte junto a Wellington Dias, que não aceitará substituí-lo assim com tanta facilidade.