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Colunista Feitosa Costa
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Médicos cubanos são explorados através de método condenado pelos comunistas


O termo "Mais Valia" foi empregado pela primeira vez, segundo consta, pelo pensador alemão Karl Marx. Ele o teria utilizado para denominar a diferença entre o salário pago aos trabalhadores e o valor do trabalho produzido. Mais claramente: a diferença da mercadoria acabada e vendida e o ganho de quem a produzira.

A tese desenvolvida pelo principal contestador do sistema capitalista e guru dos comunistas pode ser exemplificada com o trabalho de um vigilante, que percebe, hipoteticamente, da sua empresa 3 mil reais e a empresa recebe do órgão que contratou o serviço 6 mil reais pelo seu trabalho.

Inegavelmente a base do sistema capitalista é o trabalho. Alguns países, os sociais democratas, por exemplo, têm governos que trabalham duro para diminuir a diferença entre o valor recebido por quem produz uma mercadoria e o preço pelo qual o produto foi vendido. Este não é, digamos um capitalismo tão cruel, mas é capitalismo, sistema que tem prevalecido no mundo e, sem preconceito de afirmar, tem dado certo.

O que o mundo nunca esperou foi a utilização da mais valia por um país que há 60 anos se declara comunista. O comunista autêntico tem ojeriza à exploração do trabalho humano e condena essa prática em qualquer circunstância, principalmente quando o explorador conta com a colaboração de outro país.

Paixões partidárias e históricas à parte pelos guerrilheiros de Sierrra Maestra, a lucidez manda que se pergunte: o que Cuba está fazendo com os médicos que "exporta" para o mundo, o que é mesmo? Não seria o mais bem acabado exemplo da mais valia?
Imagem: ReproduçãoMédica cubana Ramona Rodrigues(Imagem:Reprodução)Médica cubana Ramona Rodrigues
A médica cubana Ramona Rodrigues que pediu asilo ao Brasil veio para cá ganhando míseros R$ 1 mil reais, com promessa de depósito em sua conta em cuba de pouco mais disso, para recebimento após três anos. Pelo trabalho dessa profissional, que não chega a receber entre tudo 3 mil reais, ao Governo Cubano, com a clara cumplicidade do brasileiro, recebe quatro vezes mais.

Resumo do absurdo: estamos financiando uma ditadura, que se diz comunista através da exploração do trabalho humano. Quer dizer: homens que um dia fizeram uma revolução para melhorar a vida das pessoas hoje utilizam o poder para explorar essas pessoas.

Quando Fidel derrubou o Quartel de Moncada, os homens humildes, camponeses que viviam nas serras abriram um sorriso de esperança na certeza de que fora dado o passo mais firme para livrar o país de Fulgêncio Batista, uma espécie de corretor da própria pátria. Fidel, Ramon e Guevara entraram em triunfo em Havana mostrando para o mundo que a população, quando quer, pode fazer as mudanças.

Ali estava a esperança, naqueles guerrilheiros barbados de boinas verdes. Logo viria um governo voltado para os interesses coletivos, a organização econômica, a prevalência da justiça e dos direitos humanos, a democracia, por que não? Em lugar disso surgiu a revanche, o constrangimento, a perseguição aos contestadores, mesmo que tivessem ajudado a fazer a revolução.

Continuo admirando o revolucionário Fidel mas repudio com todas as forças o ditador que cerceia o direito de a pessoa pensar e ganhar o que é justo pelo seu trabalho.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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