Fechar
Colunista Feitosa Costa
GP1

Padre José Walmir que demitiu bióloga manda esclarecimento que desmente a própria entrevista


A nota de esclarecimento enviada para o GP1 pela assessoria do padre José Walmir de Lima, secretário de Educação de Picos e acusado por populares indignados de ter desrespeitado os direitos da bióloga portadora de deficiência Celina Batista Pereira, ao demiti-la, no início deste ano, é uma verdadeira confissão de que, para Teresina ele dá uma versão, e para Picos, outra.No dia 13 passado ele convocou os jornalistas de Picos e disse ter demitido a moça por que ela não estava dando conta do trabalho.

Na nota enviada ao GP1 declara sem cerimônia através de sua assessoria que a bióloga foi despedida porque seu contrato, de um ano, com a secretaria de Educação de Picos, havia terminado e como tal o desligamento seria automático. A nota do padre é um verdadeiro tiro no pé porque revela seu triste entendimento de que um religioso, uma vez exercendo o poder político e administrativo,não tem a obrigação de ser compreensivo e atencioso com as pessoas, principalmente quando lhes tira o ganha pão sem lhes dar a menor explicação.
Imagem: José Maria Barros/GP1 Padre Walmir assume interinamente a Prefeitura de Picos(Imagem:José Maria Barros/GP1) Padre Walmir 
No dia 14 deste mês,o site Riachãonet, de Picos, publicou entrevista de esclarecimento sobre o episódio, dada no dia anterior aos jornalistas. O padre, sempre sem a batina para a qual teria alguma vocação, relacionou uma série de falhas da bióloga, deixando a impressão de que a moça não estaria disposta ao trabalho. Alega que depois de ser afastada da coordenadoria de educação especial lhe foi oferecida uma outra que ela recusou por não ter condições de acesso.

Seguramente uma pessoa especial não ter condições de acesso não significa dizer que esteja evitando a tarefa. O padre esqueceu de explicar por que não ofereceu à profissional condições adequadas para o seu comparecimento ao trabalho.

Mostrou,com seus esclarecimentos, que o ato visou a moça e não resolver um problema de produtividade profissional. Se isto não fosse verdade, por que, então, mandar para Teresina uma nota de esclarecimento em que garante que a profissional foi afastada por que seu contrato terminou, esquecendo que dias anteriores havia apresentado outra desculpa para a sociedade de Picos.

O mínimo que se espera de um padre é que seja coerente com suas explicações.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

Ver todos os comentários   | 0 |

Facebook
 
© 2007-2024 GP1 - Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do GP1.