O ex-governador Mão Santa me disse duas vezes, uma na sua casa, em Parnaiba, no final de julho, e outra no inicio desta semana, em Teresina, que o caso da estudante Fernanda Lages Veras "é emblemático" para o Estado do Piauí: ou as autoridades o esclarecem ou ficará arraigado na sociedade para muitos e muitos anos o sentimento de que há a prevalecência da impunidade.
Mão Santa de doido não tem absolutamente nada!
É um PHD em matéria de sentimento popular mesmo que tenha perdido o seu lugar no Senado em circunstâncias completamente adversas. Percebi, logo na primeira ocasião, que o seu raciocínio, quando trata da morte de Fernanda, vai muito além do que uma simples impressão ou paixão podem produzir.
O ex-governador quer dizer que a população já fez o seu "inquérito" e chegou ao seu "relatório" final com a seguinte conclusão: homicídio.
Quanto a mim, tenho a obrigação moral e profissional de buscar a verdade, mesmo que a intuição de repórter que acompanhou e testemunhou centenas de episódios de toda ordem me leve a uma convicção não muito cômoda para ser explicada.
E tudo começou quando não se fez uma avaliação correta da repercussão que a morte daquela moça causaria. Lembro que comentei com o meu amigo delegado Mamede, uma reserva moral da Polícia Civil, assim que ele assumiu o comando das investigações, que aquela morte repercutiria por pelo menos um ano. Errei nos cálculos: a morte de Fernanda será comentada por pelo menos uma década.
A cena da morte mostrava que seria preciso muita responsabilidade e eficiência para se comunicar com a população, sem dar qualquer motivo para que se duvidasse do trabalho em curso.
Infelizmente houve algumas providências que deram margem a interpretações dúbias, como o fato de se ter concordado com o afastamento, a pedido, do delegado Mamede, que deveria ter sido convencido a permanecer no caso recebendo toda a estrutura necessária.
A falta de um esclarecimento imediato quanto ao surgimento de nomes como suspeitos de um fato cuja natureza sequer havia sido determinada também contribuiu.
Como se isto não bastasse houve a estreia de novos integrantes da Comissão Investigadora do Crime Organizado, que não tinham ainda, até mesmo por falta de tempo e oportunidade, estabelecido uma empatia com a população, e ficaram expostos às cobranças por um resultado mais rápido.
O tempo foi passando e termina o prazo da Polícia Civil, que poderia muito bem ter apresentado um relatório mostrando exatamente o que tinha apurado, o que tinha concluido, defendendo a sua tese de suicidio, mas preferiu um relatório que provocou mais confusão, principalmente diante das especulações de que pessoas influentes estavam tendo acesso às investigações.
Agora a responsabilidade está com a Polícia Federal, que na hipótese de concluir por suicidio, como há claros sinais, tem de dar explicações muito fortes, capazes de acalmar os ânimos da população, que me parece já ter feito e divulgado, como antecipou Mão Santa, o seu "relatório".
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Mão Santa de doido não tem absolutamente nada!
É um PHD em matéria de sentimento popular mesmo que tenha perdido o seu lugar no Senado em circunstâncias completamente adversas. Percebi, logo na primeira ocasião, que o seu raciocínio, quando trata da morte de Fernanda, vai muito além do que uma simples impressão ou paixão podem produzir.
O ex-governador quer dizer que a população já fez o seu "inquérito" e chegou ao seu "relatório" final com a seguinte conclusão: homicídio.
Quanto a mim, tenho a obrigação moral e profissional de buscar a verdade, mesmo que a intuição de repórter que acompanhou e testemunhou centenas de episódios de toda ordem me leve a uma convicção não muito cômoda para ser explicada.
E tudo começou quando não se fez uma avaliação correta da repercussão que a morte daquela moça causaria. Lembro que comentei com o meu amigo delegado Mamede, uma reserva moral da Polícia Civil, assim que ele assumiu o comando das investigações, que aquela morte repercutiria por pelo menos um ano. Errei nos cálculos: a morte de Fernanda será comentada por pelo menos uma década.
A cena da morte mostrava que seria preciso muita responsabilidade e eficiência para se comunicar com a população, sem dar qualquer motivo para que se duvidasse do trabalho em curso.
Infelizmente houve algumas providências que deram margem a interpretações dúbias, como o fato de se ter concordado com o afastamento, a pedido, do delegado Mamede, que deveria ter sido convencido a permanecer no caso recebendo toda a estrutura necessária.
A falta de um esclarecimento imediato quanto ao surgimento de nomes como suspeitos de um fato cuja natureza sequer havia sido determinada também contribuiu.
Como se isto não bastasse houve a estreia de novos integrantes da Comissão Investigadora do Crime Organizado, que não tinham ainda, até mesmo por falta de tempo e oportunidade, estabelecido uma empatia com a população, e ficaram expostos às cobranças por um resultado mais rápido.
O tempo foi passando e termina o prazo da Polícia Civil, que poderia muito bem ter apresentado um relatório mostrando exatamente o que tinha apurado, o que tinha concluido, defendendo a sua tese de suicidio, mas preferiu um relatório que provocou mais confusão, principalmente diante das especulações de que pessoas influentes estavam tendo acesso às investigações.
Agora a responsabilidade está com a Polícia Federal, que na hipótese de concluir por suicidio, como há claros sinais, tem de dar explicações muito fortes, capazes de acalmar os ânimos da população, que me parece já ter feito e divulgado, como antecipou Mão Santa, o seu "relatório".
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*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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