Wellington Dias terá de mostrar se realizou obras em Teresina

Os eleitores de Teresina têm uma linha de comportamento positiva: apoiam sempre candidatos a prefeito com um histórico de trabalho pela cidade. Foi sempre assim com Wall Ferraz, o professor de história de idéias progressistas que em determinada ocasião migrou da Arena dos generais para o PMDB de Ulysses e depois para o PSDB de Mário Covas. Wall foi o mais querido, indiscutivelmente, apesar de seu forte temperamento e do escasso sorriso.

O que levou o grande Wall a se tornar o prefeito do coração dos teresinenses foi o seu trabalho, a sua clara opção pelas obras que beneficiavam a população mais carente. "Wall nos tirou da lama", ouvi certa vez afirmar um morador do bairro Nova Brasília quando eu o acompanhava para fazer uma matéria para o jornal em que trabalhava.

E foi assim que o teresinense seguiu, sempre exigindo que seus candidatos a prefeito tivessem compromisso com a cidade, só com a cidade e nunca com projetos ambiciosos de poder que usassem Teresina como um trampolim. Wall Ferraz tinha uma empatia com a população, conhecia as pessoas e estas o respeitavam. Era um verdadeiro caso de amor entre o prefeito e a sua população.

Exatamente por isto é que não tenho dúvida de que na próxima eleição de outubro o teresinense mais uma vez utilizará esse seu extraordinário recurso para impor nas urnas um nome que tenha verdadeiramente capacidade de prosseguir com as obras que deseja, excluindo da possibilidade de vitória aqueles sem ligação com a cidade a exemplo do que fez no passado, quando derrotou Alberto Silva, um verdadeiro mito como governador do Estado, mas que não era visto como um futuro bom prefeito da capital. E Teresina, observem, também gostava muito de Alberto, mas o via como governador, não como um administrador que entendesse os problemas da chapada do corisco.
E quem seriam esses candidatos nesta eleição?

O grande Wall Ferraz não está mais vivo para traçar um perfil adequado, mas certamente o eleitor, preocupado com sua cidade, vai escolher entre aqueles que trabalharam ou estão trabalhando muito por Teresina.

Os novos candidatos, como Wellington Dias e meu amigo Beto Rego, são bons mas terão que fazer um esforço muito grande para convencer Teresina de que realmente têm capacidade de melhorar as condições de vida da população e fazer mais do que Elmano Férrer, Firmino Filho e outros cujas obras em favor da capital são muitas e inquestionáveis. Preferências à parte.

O mais novo de todos, sob o ponto de vista político, é Beto Rego, um comunicador de extraordinária capacidade profissional e dono de uma empatia respeitável com a população mais carente. Beto talvez não enfrente muita cobrança, até por que representa uma alternativa no perfil dos que ocupam o poder no momento.

O senador Wellington Dias será muito cobrado. Ele passou quase oito anos à frente do Governo do Estado e terá de revelar o que promoveu em Teresina. Outra pergunta que obrigatoriamente terá de responder: uma vez eleito, quando 2014 chegar, deixará a prefeitura, fazendo de Cícero Magalhães prefeito de Teresina, para se candidatar ao Governo do Estado?

Certamente o senador, candidato a prefeito, dirá que não, mas aí é que reside a grande questão: ele já declarou por muitas vezes que não daria determinado passo e terminou dando. Ainda está muito recente a questão da sucessão estadual, quando Dias declarou que ficaria no Governo e no apagar das luzes acabou se candidatando ao Senado.

Quente, muito quente, ainda está a sua afirmação de que não seria candidato a prefeito e o quadro de candidatos mostra outra coisa. Wellington Dias tem dois grandes desafios pela frente: convencer a população de que não sairá da Prefeitura em 2014, se for eleito, e depois conquistar os eleitores que sempre acreditaram em realizadores como o professor Wall.

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