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Colunista Feitosa Costa
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Silêncio sobre Fernanda Lages gera especulação de que superintendente diverge de delegado


Morta ao amanhecer do dia 25 de agosto de 2011, no prédio em acabamento da Procuradoria Geral da República no Piauí, na avenida João XXIII, Bairro dos Noivos, Fernanda Lages Veras, uma bela garota de 19 anos, nascida de uma imensa família do município de Barras (a 130 quilômetros de Teresina no norte do Estado) se tornou o nome mais frequentado do noticiário da imprensa do Piauí nos últimos nove meses, o símbolo da violência contra a mulher (embora algumas entidades e personalidades que frequentam os holofotes assiduamente com esse discurso e evidente interesse eleitoreiro tenham estranhamente silenciado) e a fonte de embaraço para as instituições policiais.

Como se não bastasse a hesitação da Polícia Civil, que não teve a segurança suficiente para dizer com clareza o que concluiu do triste episódio, agora a Polícia Federal fornece motivos para levantar incertezas nada producentes junto à população do Estado ao estabelecer um retrógrado procedimento que consiste em não dar uma única satisfação sobre a sua investigação como se a família de Fernanda e a população do Estado não merecessem saber oficialmente pelo menos se os delegados designados para o caso ainda permanecem na cidade.

Imagem: ReproduçãoFernanda Lages(Imagem:Reprodução)Fernanda Lages

Instituição que conquistou a credibilidade do povo brasileiro por seu trabalho e a altivez da grande maioria dos seus integrantes, a Polícia Federal deve sim satisfação ao povo do Piauí sobre o seu trabalho para esclarecer a morte de uma filha deste ensolarado torrão cujos habitantes pagam os mesmos impostos que São Paulo, Rio de Janeiro, Minas, Rio Grande do Sul e outros estados onde frequentemente delegados federais aparecem dando explicações oficiais sobre as operações que realizam.

O corpo de Fernanda foi levado há três meses para uma série de exames em órgãos modernamente aparelhados e conduzidos por peritos da melhor formação, tempo suficiente para ter retornado e devolvido para a família. Em vez de dizer ao povo do Estado por que tanta demora, a PF silencia e permite algumas especulações como a de que o delegado José Edilson Freitas, o último a integrar a investigação vindo de São Paulo, acredita firmemente que a garota foi assassinada, e o superintendente acha que foi suicídio.

O silêncio em torno de pequenos procedimentos cujo noticiário em nada deslocaria o eixo da investigação permitiu especulações dessa ordem, contraproducentes para as pessoas envolvidas na investigação.

Os dirigentes da PF no Piauí certamente entendem que fornecer motivos para especulações sobre a investigação da instituição em torno do caso privando a população de um mínimo de informação oficial, num Estado como o Piauí, não provoque qualquer abalo na sua imagem.

É até  provável que estejam certos mas  é certo também que esse procedimento provoca uma série de pensamentos na cabeça do povo...e nem sempre os melhores pensamentos.

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*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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