O delegado Paulo Nogueira está esperando para a qualquer momento apresentação do vigilante Edson Rodrigues dos Santos, que estava dentro do prédio do Ministério Público Federal em que Fernanda Lages Veras morreu, no dia 25 de agosto passado, ao amanhecer. A prisão do vigilante foi decretada no inicio da tarde de ontem e os investigadores da Cico o procuraram até às 23 horas. O delegado não tem certeza ainda sobre os motivos pelos quais o vigilante da Servi San não facilitou a sua prisão. Consta que ele teria omitido o fato de ter estado no quarto andar do prédio do Ministério Público Federal no mesmo horário em que Fernanda caiu ou foi jogada.
Um advogado informou ao delegado ainda ontem à noite que fará a sua apresentação até as 10 horas da manhã de hoje. Edson teve um comportamento completamente diferente dos outros operários cujas prisões foram igualmente decretadas. José Vidal Junior, que dormia na obra, não criou dificuldades para ser localizado.
O vigia Domingos, da obra contígua à que Fernanda morreu, foi o primeiro a ser avisado de que a sua prisão estava decretada pelo juiz da 1ª Vara Criminal. O delegado Paulo Nogueira ligou para ele pouco depois das 2 horas da tarde de ontem ( 12 ) avisando que mandaria uma equipe apanhá-lo. A partir desse momento o vigia foi cercado pela mulher Francisca e os cinco filhos Francisco das Chagas Silva Santos, Paulo Chagas da Silva Santos, 23 anos, Lucirene Chagas, 21 anos, Lucilene, 18 anos, Edilene, 16 anos, e Felipe, de 15 anos. O mais velho Francisco, é especial.
Cheguei à residência de Domingos no momento em que ele recebia o telefonema de Paulo Nogueira. Ele estava vestindo uma bermuda comprida preta de listras brancas, estava sem camisa e calçava uma sandália de borracha branca: " o sr. quer sentar, seu Feitosa ...", perguntou Domingos um pouco tranquilo, mas com os olhos avermelhados.
Enquanto aguardava a chegada dos policiais que Paulo Nogueira despacharia para apanhá-lo, Domingos voltou a narrar a mesma história que tem contado desde quando foi ouvido pelo delegado Mamede Rodrigues, então responsável pelas investigações: " eu confio unicamente nos poderes de Deus. Estou falando a verdade desde o começo. Não menti, sou dígno e minha família também. Sou um homem muito pobre e talvez por isto tenham cometido essa injustiça contra mim".
Enquanto Domingos falava para este repórter a sua residência foi sendo ocupada por vizinhos e membros da igreja protestante de que Domingos faz parte. Uma vizinha me ofereceu café e começou a chorar.Um homem de altura mediana, branco, vestindo bermudas desceu de uma bicicleta e bradou: "Diga que no Piauí só se prende pobre, diga isso pelo amor de Deus".
Fui falar com o homem, pedi o seu nome, ele deu, mas cinco minutos depois foi me pedir que não o identificasse. Pouco depois das 16 horas houve um alvoroço na pracinha que fica ao lado da casa de Domingos, no Parque Wall Ferraz, na região da Santa Maria da Codipi. A filha dele mais nova, Lucirene, muito franzina, caiu em desespero, começou a gritar : "meu pai é um trabalhador, não está mentindo, ele fala a verdade e por isto está sendo humilhado dessa forma ... que justiça é esta".
Dona Francisca, a mulher de Domingos abraçou a filha e choraram juntas. Diante da cena dezenas de pessoas bradam gritos de revolta: "Vão prender criminosos, deixem de perseguir um homem humilde e trabalhador que luta para sustentar a família. Venham, entrem na casa dele, olhem a riqueza que têm aqui".
A filha mais nova de Domingos se revolta mais uma vez : "Olhem o tratamento que estão dispensando a meu pai ... contra ele vocês tem coragem de soltar piadas, fazer insinuações maldosas, mas não têm a mesma coragem com os ricos".
Um advogado informou ao delegado ainda ontem à noite que fará a sua apresentação até as 10 horas da manhã de hoje. Edson teve um comportamento completamente diferente dos outros operários cujas prisões foram igualmente decretadas. José Vidal Junior, que dormia na obra, não criou dificuldades para ser localizado.
O vigia Domingos, da obra contígua à que Fernanda morreu, foi o primeiro a ser avisado de que a sua prisão estava decretada pelo juiz da 1ª Vara Criminal. O delegado Paulo Nogueira ligou para ele pouco depois das 2 horas da tarde de ontem ( 12 ) avisando que mandaria uma equipe apanhá-lo. A partir desse momento o vigia foi cercado pela mulher Francisca e os cinco filhos Francisco das Chagas Silva Santos, Paulo Chagas da Silva Santos, 23 anos, Lucirene Chagas, 21 anos, Lucilene, 18 anos, Edilene, 16 anos, e Felipe, de 15 anos. O mais velho Francisco, é especial.
Cheguei à residência de Domingos no momento em que ele recebia o telefonema de Paulo Nogueira. Ele estava vestindo uma bermuda comprida preta de listras brancas, estava sem camisa e calçava uma sandália de borracha branca: " o sr. quer sentar, seu Feitosa ...", perguntou Domingos um pouco tranquilo, mas com os olhos avermelhados.
Imagem: Feitosa CostaVigia Domingos aguardando a chegada dos policiais ao lado de sua sogra e de um dos pastores de sua igreja
Enquanto aguardava a chegada dos policiais que Paulo Nogueira despacharia para apanhá-lo, Domingos voltou a narrar a mesma história que tem contado desde quando foi ouvido pelo delegado Mamede Rodrigues, então responsável pelas investigações: " eu confio unicamente nos poderes de Deus. Estou falando a verdade desde o começo. Não menti, sou dígno e minha família também. Sou um homem muito pobre e talvez por isto tenham cometido essa injustiça contra mim".
Imagem: Feitosa CostaVizinhos chegando à residência de Domingos
Enquanto Domingos falava para este repórter a sua residência foi sendo ocupada por vizinhos e membros da igreja protestante de que Domingos faz parte. Uma vizinha me ofereceu café e começou a chorar.Um homem de altura mediana, branco, vestindo bermudas desceu de uma bicicleta e bradou: "Diga que no Piauí só se prende pobre, diga isso pelo amor de Deus".
Imagem: Feitosa CostaSogra de Domingos, Delfina Chagas da Silva, 78 anos
Fui falar com o homem, pedi o seu nome, ele deu, mas cinco minutos depois foi me pedir que não o identificasse. Pouco depois das 16 horas houve um alvoroço na pracinha que fica ao lado da casa de Domingos, no Parque Wall Ferraz, na região da Santa Maria da Codipi. A filha dele mais nova, Lucirene, muito franzina, caiu em desespero, começou a gritar : "meu pai é um trabalhador, não está mentindo, ele fala a verdade e por isto está sendo humilhado dessa forma ... que justiça é esta".
Imagem: Feitosa CostaPoliciais da Cico chegam com mandado
Dona Francisca, a mulher de Domingos abraçou a filha e choraram juntas. Diante da cena dezenas de pessoas bradam gritos de revolta: "Vão prender criminosos, deixem de perseguir um homem humilde e trabalhador que luta para sustentar a família. Venham, entrem na casa dele, olhem a riqueza que têm aqui".
Imagem: Feitosa CostaDomingos sai com a mochila
A filha mais nova de Domingos se revolta mais uma vez : "Olhem o tratamento que estão dispensando a meu pai ... contra ele vocês tem coragem de soltar piadas, fazer insinuações maldosas, mas não têm a mesma coragem com os ricos".
Imagem: Feitosa CostaSeu Domingos saindo no carro com os policiais
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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