O sargento da Polícia Militar Douglas Renê Witzel, irmão do governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), foi preso na manhã desta quinta-feira, 22, em Jundiaí, no interior de São Paulo.
Ele foi um dos alvos da Operação Rebote, aberta em conjunto pelo Ministério Público de São Paulo e pela Corregedoria da PM contra policiais militares e integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Ao todo, estão sendo cumpridos 20 mandados de prisão e 37 de busca e apreensão.
As investigações começaram em setembro do ano passado como um desdobramento da Operação Macuco e, desde então, os promotores trabalham para identificar os narcotraficantes que exercem funções liderança regional e estadual na facção.
Durante o monitoramento do grupo, os investigadores também descobriram o envolvimento de policiais militares, subordinamos a Douglas, no furto de cofres e caixas eletrônicos de um supermercado, executado por membros do PCC. A partir da identificação dos agentes, a Corregedoria da Polícia Militar passou a cooperar no inquérito.
De acordo com o Ministério Público, os narcotraficantes presos pela tentativa de furto foram auxiliados pelos PMs na ação. Os policiais teriam ajudado a monitorar o local, compartilhando a rede de rádio da corporação.
“Basicamente o policial militar deixou seu telefone ligado durante todo o tempo da ação dos criminosos, a fim de que eles pudessem acompanhar a rede de rádio da polícia militar local”, afirma o MP no pedido enviado à Justiça para obter mandados de busca e prisão. “A todo o momento, o policial militar interceptado e os demais criminosos monitoram o lado externo do local do crime, discutindo a respeito dos veículos que transitam nas imediações. Também ruídos indicativos de marretadas e uso de furadeira apontavam que o arrombamento do local que seria furtado ocorria simultaneamente à ligação.”
Douglas Renê foi preso em casa. No endereço, alvo de buscas, os agentes encontraram um revólver calibre 38, com a numeração raspada, um simulacro de pistola, uma munição íntegra calibre 32 e dezenas de cartuchos deflagrados, de calibres 380, 38 e 40. A arma e as munições estavam em um guarda-roupas, mas o sargento disse não saber que o material estava guardado ali. Segundo o boletim de ocorrência, obtido pelo Estadão, o irmão do governador afastado do Rio disse que o material pertencia ao ex-sogro, já falecido.
A reportagem tenta contato com o governador afastado, mas não teve retorno até o momento.
Ver todos os comentários | 0 |