Viajantes brasileiros que chegaram do Reino Unido deverão ficar isolados por dez dias. Esta é uma das novas recomendações do Ministério da Saúde divulgadas nesta terça-feira, 22, como prevenção à descoberta de uma variante do coronavírus naquele país. O anúncio da nova cepa gerou preocupação e fez mais de 40 países proibirem o ingresso de viajantes do Reino Unido, suspendendo voos e cortando rotas comerciais. O governo federal, no entanto, afirma que não pretende impor restrições.
As orientações emergenciais trazem também medidas de monitoramento e rastreamento de passageiros e tripulantes que partiram do Reino Unido ou estiveram lá recentemente. O acompanhamento será feito por fiscais sanitários de portos e aeroportos que vão atuar em conjunto com a Rede Nacional de Vigilância, Alerta e Resposta às Emergências em Saúde (Rede CIEVS).
O Ministério da Saúde recomenda o isolamento de 10 dias para aqueles que apresentem síndrome gripal com sintomas de covid-19. Para casos de síndrome respiratória aguda grave, a recomendação é isolamento de 20 dias ou após 10 dias com resultado do teste negativo para covid-19.
As novas determinações do Ministério da Saúde se somam à fiscalização que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vem fazendo das aeronaves que chegam ao Brasil vindas do Reino Unido. Nesta segunda-feira, 21, agentes da Anvisa realizaram ação de fiscalização e acompanhamento em voo que pousou no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro. Os viajantes receberam orientações ainda dentro da aeronave e tiveram acesso restrito ao Duty Free. O avião passou por limpeza e desinfecção.
A Anvisa informou que nenhum passageiro ou tripulante declarou ter sintomas da covid-19 durante o voo. Segundo a Gru Airport, entre os dias 21 e 26 de dezembro estão agendados nove voos, entre idas e vindas do Reino Unido, pelas companhias aéreas Latam Internacional e British Airways.
A partir da próxima quarta-feira, 30, entrará em vigor a restrição de entrada de estrangeiros por rodovias, portos e aeroportos, de acordo com a Portaria 630/2020. Antes do embarque, os viajantes precisarão apresentar à companhia aérea um documento que comprove o resultado negativo do teste laboratorial RT-PCR para covid-19.
Embora se espalhe mais rapidamente, a variante “não está fora de controle”, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). O órgão pediu cautela ao que chamou de um "grande alarme em torno da nova cepa". Até o momento, não há evidências suficientes para determinar se a variante tem algum impacto na gravidade da doença, resposta de anticorpos, transmissão, desempenho de testes de diagnóstico ou eficácia da vacina.
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