Marcos Braz se pronunciou pela primeira vez sobre os fatos ocorridos na última terça-feira (19), quando agrediu um torcedor no BarraShopping. No Ninho do Urubu, o dirigente rubro-negro trouxe à tona uma série de fatos da briga com o entregador Leandro Campos.
O pronunciamento de abertura de Braz foi longo. 17 minutos foram necessários para que o cartola desse a ordem cronológica de sua versão dos fatos que aconteceram no shopping, quando foi cobrado por torcedores organizados após a derrota do Flamengo para o São Paulo, no primeiro jogo da final da Copa do Brasil. A exemplo da diretoria do Flamengo, Braz se colocou na posição de vítima e diz que só esboçou reação quando sua filha, de 14 anos, foi ameaçada.
“Quando eu estava dentro da loja, dois ou três homens e mais algumas pessoas no fundo começaram a questionar, começaram a fazer cobranças, e aconteceram vários eventos. Nesse momento, que durou alguns minutos, não abri minha boca”, relatou o VP de futebol do Flamengo.
“Depois minha filha chega junto com duas amigas, e eu ainda comentei com a pessoa ao lado: ‘Graças a Deus não estavam aqui’, (...) Elas ficam em frente à loja um pouquinho à direita. E aí chega o rapaz que deu problema. Ele chega e começam as ameaças. Aí vem o cara, e eu falo: ‘Minha filha está aqui do lado’. E ele falando, falando, falando. A filha via o pai sendo ameaçado de morte, fui na direção dele e falei sistematicamente que a minha filha estava ali”, continuou. A última frase dele foi ‘foda-se a sua filha’. O final vocês viram", comentou.
Braz não seguiu para o seu carro e ficou dentro da loja a espera de policiais e seguranças do local para que assim pudesse se deslocar. O tempo de espera gerou acúmulo de curiosos que cercaram o cartola na saída do estabelecimento e se dirigir à delegacia e ao IML para fazer exame de corpo de delito.
“Eu sou preparado para estar no cargo. Mas, para o que aconteceu, eu não me preparei. Para ser ameaçado do lado da minha filha e ela sendo ameaçada também verbalmente, in loco. Peço desculpas pelo transtorno que causei, não para ele (torcedor). Peço desculpas aos pares da diretoria e à torcida do Flamengo. Não foi dessa vez, mas vai ter uma tragédia no futebol. Uma hora vai ter”, reiterou Marcos Braz.
Outras respostas
Braz reiterou durante a entrevista que é vítima e que reagiu apenas quando palavras foram dirigidas a sua filha. O dirigente afirmou que jamais pensou em deixar o cargo e que se comunicou com o presidente Rodolfo Landim de maneira imediata. Marcos Braz também comentou sobre a falta na votação da Câmara de Vereadores, já que o mesmo havia confirmado presença.
“Sou vítima, sou vítima, sou vítima. Sou vítima sendo vereador, sendo primeiro suplente de deputado federal, sendo VP de futebol. Não tenho vergonha de ser vítima. Vocês têm que acreditar em mim. Sistematicamente sou xingado por torcedor, e repito que nunca fiz banana a torcedor. Vários jornalistas que me acompanham podem falar tudo, mas nunca tive problema mais sério com torcedor. Quem em sã consciência com filha e mais outras duas crianças vai querer arrumar problema? Se eu nunca arrumei problema quando fui xingado em outras situações, eu ia optar por fazer uma reação ao lado da minha filha?”
Sobre ter faltado a sessão na Câmara, Braz optou pelo caminho mais curto, sem explicações diversas.
“Vereador pode ir à casa e votar o que quiser. Essa matéria não tem nada a ver com Comissão de Ética. Comissão de Ética é usado por estupro ou assassinato. E eu vou para a Comissão de Ética por que fui comprar um presente para a minha filha. É do jogo. Mas vou resolver isso antes. Se eu errei, foi uma coisa. Fiz a opção de estar com a minha filha um dia antes. Uma filha que não mora comigo, que mora com a mãe. E eu faço viagens”, finalizou.
Veja a coletiva completa:
Ver todos os comentários | 0 |