A força-tarefa de intervenção penitenciária do Ministério da Justiça no Amazonas vai ficar no Estado por noventa dias, contados desde terça-feira, 28, quando parte da equipe chegou a Manaus. De acordo com portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU), os agentes vão exercer atividades e serviços de guarda, vigilância e custódia de presos.
A operação terá apoio logístico e supervisão dos órgãos de administração penitenciária e segurança pública do Estado e o número de profissionais a ser disponibilizado pelo Ministério da Justiça obedecerá ao planejamento definido pelos entes envolvidos na operação. Nesta terça, 28, o Estado recebeu os primeiros 20 homens da força-tarefa da intervenção, de um total de 100.
Neste fim de semana, uma disputa em facção deixou um total de 55 mortos em presídios de Manaus em menos de 48 horas. Autoridades policiais do Amazonas investigam se o fim de uma aliança entre as organizações criminosas Família do Norte (FDN) e Comando Vermelho, do Rio, tem relação com os massacres. As execuções foram causadas por um racha interno, entre duas alas da FDN. Ao mesmo tempo, a Família do Norte e o CV disputam pontos de venda de droga em Manaus e no interior do Estado, além de uma das maiores rotas de escoamento de cocaína no País.
O porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, destacou que a inteligência do governo não detectou possibilidade de que o confronto migre dos presídios para as ruas ou, ainda, ocorra em outros Estados. "O presidente está consternado pelo processo escabroso que ocorreu", disse.
Um total de 29 presos envolvidos nas chacinas deve ser transferido de Manaus para penitenciárias federais de segurança máxima, a pedido do governo do Amazonas. Até terça, a transferência de nove presos havia sido concluída, e a de outros 20 detentos, confirmada.
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