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Política

Flordelis envia carta a deputados pedindo para se defender

O plenário da Câmara vai julgar nesta quarta-feira, 11, se a deputada perderá o mandato.

A deputada Flordelis (PSD-RJ) enviou uma carta aos colegas de Câmara, um dia antes de ter seu destino político decidido no plenário, pedindo "uma chance". O plenário da Câmara julga nesta quarta-feira, 11, se Flordelis, acusada de matar o marido, o pastor Anderson do Carmo, perderá o mandato. "Uma chance para que eu possa me defender de um processo injusto de homicídio do meu próprio marido. Uma chance para que eu possa cumprir o mandato que eu fui legitimamente eleita. Uma chance para que minha dignidade seja, um dia, restabelecida", apelou Flordelis na carta encaminhada por e-mail aos gabinetes parlamentares na terça-feira, 10.

Flordelis é acusada de ser a mandante do assassinato de seu marido, ocorrido em 16 de junho de 2019, na porta da casa onde os dois viviam com os filhos, em Niterói (RJ). O casal havia conquistado notoriedade por ter criado 55 filhos, a maioria adotada. Na Câmara, o Conselho de Ética já votou e aprovou em junho, por 16 votos a 1, a perda do seu mandato. Ela sempre negou ser a mandante do crime. A deptada é ré na Justiça e responde por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada. Flordelis não pode ser presa por causa da imunidade parlamentar e tem sido monitorada por tornozeleira eletrônica, desde o ano passado.


"Tenho 60 anos. Desde pequena eu sou evangelizadora e acolho crianças e adolescentes que estão na rua. Sempre fui muito pobre, o que não me impedia de partilhar o pouco que eu tinha, disposta a passar fome e frio para conseguir dar atenção às filhas e filhos de Deus", escreveu a deputada na carta enviada na terça-feira. A investigação durou mais de um ano e os responsáveis pelo inquérito concluíram que a parlamentar "foi a autora intelectual, a grande cabeça desse crime". A defesa de Flordelis nega o envolvimento dela e diz que a apuração foi "contraditória e espetaculosa".

Ainda na correspondência aos colegas, Flordelis demonstra o receio de ser presa. "Já avisaram que querem até me prender, mesmo sem condenação em primeira instância. Como sabemos e votamos aqui na Câmara dos Deputados, a prisão antes da condenação tem que ser por fato concreto que tenha acontecido no mesmo tempo do ato", disse. Os deputados votam em breve se Flordelis poderá ou não manter seu mandato parlamentar. Para aprovar a cassação são necessários 257 votos.

"Vocês colocarão a cabeça no travesseiro e vão se arrepender por condenar uma pessoa que não foi julgada", disse Flordelis. "Ainda dá tempo de fazer justiça. Não me cassem."

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