Um dia depois de vir a tona a informação de que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) adquiriu uma mansão de quase R$ 6 milhões próximo ao Lago Paranoá, em Brasília, a assessoria do filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro afirmou, em nota, que o imóvel foi adquirido "com recursos próprios" somados a um financiamento imobiliário.
"A casa adquirida pelo senador Flávio Bolsonaro em Brasília foi comprada com recursos próprios, em especial oriundos da venda seu imóvel no Rio de Janeiro. Mais da metade do valor da operação ocorreu por intermédio de financiamento imobiliário", diz a nota, que complementa. "Tudo registrado em escritura pública. Qualquer coisa além disso é pura especulação ou desinformação por parte de alguns veículos de comunicação."
Na segunda-feira, 1, o Estadão mostrou que, conforme registro no 1º Ofício de Registro de Imóveis do Distrito Federal, em 2 de fevereiro de 2021, a mansão foi comprada pelo preço de R$ 5,97 milhões. A nova casa do filho do presidente da República fica localizada no setor de Mansões Dom Bosco, no Lago Sul, bairro nobre da capital. O anúncio de venda informava que se tratava da “melhor vista de Brasília da suíte máster”. O senador, no entanto, registrou o imóvel em um cartório de Brazlândia, cidade de perfil rural a 50 km do Plano Piloto.
O valor da casa é mais que o triplo do total de bens declarados por Flávio Bolsonaro à Justiça Eleitoral em 2018, quando afirmou ter patrimônio total de R$ 1,74 milhão. Entre eles constava um apartamento na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, avaliado em R$ 917 mil.
Em novembro do ano passado, Flávio e sua mulher foram denunciados pelo Ministério Público do Rio. Segundo o MP fluminense, a organização criminosa “comandada” pelo filho do presidente desviou R$ 6,1 milhões dos cofres da Assembleia Legislativa do Rio. Na ocasião, o ex-assessor Fabrício Queiroz, apontado como operador do esquema, e outros 15 ex-assessores também foram denunciados.
A compra da mansão veio à tona no mesmo dia em que a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu retirar da pauta dois recursos da defesa do senador que poderiam levar à “implosão” do caso das rachadinhas, que investiga um esquema em que assessores repassariam seus salários ao chefe.
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