O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, buscou o governo chinês para defender um "esforço comum" entre os países que viabilize a entrega de equipamentos de saúde ao Brasil durante a pandemia do novo coronavírus. Mandetta conversou por telefone, nesta terça-feira, 7, com o embaixador chinês, Yang Wanming, que recentemente protagonizou desentendimentos com um dos filhos do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e com o ministro da Educação, Abraham Weintraub.
"Fizemos contato com a China para que cada contrato que fizermos possamos fazer isso contando com o apoio da Embaixada da China no Brasil. A gente sabe da importância desse esforço comum neste momento para garantir que possamos ter esses equipamentos aqui", disse Mandetta durante coletiva de imprensa no Palácio do Planalto.
O ministro da Saúde estava ao lado do ministro da Secretaria de Governo, Walter Braga Netto, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao deixar o local, Mandetta justificou que teria nova conversa por videoconferência com os chineses para tratar da entrega de 40 milhões de máscaras de proteção até a próxima semana.
Nesta terça, Mandetta voltou a dizer que, em alguns casos, será necessário enviar aviões brasileiros para viabilizar o transporte dos equipamentos, que enfrentam dificuldades por causa das restrições em diversos países.
No Twitter, o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, contou que ele e Mandetta concordaram em reforçar a cooperação bilateral entre os países. "Nesta tarde, na conversa telefônica com Min. Luiz Henrique Mandetta, coincidimos em reforçar a cooperação bilateral, especialmente entre os dois ministérios da saúde, para compartilhar experiências do combate à Covid-19 em prol do enfrentamento conjunto deste desafio global", escreveu o ministro.
Nesta tarde, na conversa telefônica com Min. @lhmandetta, coincidimos em reforçar a cooperação bilateral, especialmente entre os dois ministérios da saúde, para compartilhar experiências do combate à Covid-19 em prol do enfrentamento conjunto deste desafio global. @minsaude
— Yang Wanming (@WanmingYang) April 7, 2020
Na madrugada de segunda-feira, 6, a Embaixada da China no Brasil se posicionou contra uma publicação do ministro da Educação, Abraham Weintraub. Em sua conta oficial no Twitter, o ministro insinuou que a China vai sair "fortalecida" da crise atual causada pela covid-19.
“Deliberadamente elaboradas, tais declarações são completamentes absurdas e desprezíveis, que têm cunho fortemente racista e objetivos indizíveis, tendo causado influências negativas no desenvolvimento saudável das relações bilaterais China-Brasil”, diz a nota divulgada no Twitter da Embaixada. O comunicado afirma ainda que “o lado chinês manifesta forte indignação e repúdio a esse tipo de atitude”.
Weintraub, por sua vez, negou que tenha cometido racismo contra o povo chinês. Em entrevista ao programa do jornalista José Luiz Datena, na Rádio Bandeirantes, o ministro afirmou não ter sido preconceituoso e atacou o governo chinês, afirmando que o país teria retido informações sobre a pandemia do novo coronavírus para agora vender respiradores e equipamentos de proteção individual, como máscaras, a preço de leilão, e condicionou um pedido de desculpas à venda de 1 mil respiradores da China para o Brasil.
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