A Procuradoria-Geral da República pediu a abertura de inquérito contra o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, para apurar suspeitas de que o advogado piauiense Valter Alencar, teria nomeado funcionários fantasmas para desviar recursos públicos. O advogado foi candidato a governador do Piauí pelo PSC em 2018 e foi assessor especial de Witzel.
O pedido aponta que os funcionários nomeados seriam parentes ou teriam algum tipo de ligação com Valter Alencar e com o PSC e teriam mantido suas atividades no Piauí, com empregos remunerados, o que reforçaria a suspeita de que seriam fantasmas.
- Foto: Estadão/GP1Wilson Witzel e Valter Alencar
“Os funcionários nomeados possuem claros vínculos com Valter Ferreira de Alencar Pires Rebelo, que, por seu turno, possui vínculos estreitos com Wilson Witzel. [...] Essas informações preliminares dão suporte, com larga margem de folga, a instauração de inquérito para que se possa aprofundar na apuração dos fatos, haja vista a presença de indícios consistentes de supostos crimes de peculato, a partir da nomeação de servidores fantasmas e, eventualmente, organização criminosa e lavagem de dinheiro”, citou a PGR.
O pedido foi enviado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) na semana passada pela subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, responsável pelos inquéritos de governadores.
Os crimes sob investigação tratam-se de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Outro lado
Valter Alencar informou ao GP1, através de assessoria, nesta quinta-feira (3), que todas as suas indicações ao Governo do Rio de Janeiro, foram escolhidos "por perfil técnico e seguiam seus horários e locais estabelecidos". Segundo o advogado, ele está sendo vítima de perseguição política e afirmou que nada abalará o compromisso dele como estado do Piauí.
Já a assessoria de imprensa do governador do Rio informou que ele está “à disposição para contribuir com qualquer investigação”.
Confira a nota na íntegra
No momento me encontro em viagem pelo interior do Piauí onde exerço minhas atividades partidárias atualmente. Participei da equipe de transição do governo e fui nomeado assessor especial para exercer funções de comunicação entre o gabinete e embaixadas internacionais no início da gestão do atual Governador até meu pedido de afastamento no final do ano passado.
Acredito que dei minha contribuição ao Governo do RJ com muito trabalho me afastando da minha cidade e da minha família de forma temporária, retornando ao meu Estado para me dedicar à campanha da prefeitura de minha cidade este ano de 2020.
Sobre as perguntas sobre as atividades de outras pessoas, tenho certeza que toda e qualquer nomeação realizada dentro do governo tratam de pessoas que comparecem aos postos de trabalho e exercem suas atividades.
Tendo em vista a matéria publicada no dia 29 de maio no jornal O Globo, reafirmo que todas as indicações minhas ao governo do Rio de Janeiro, foram escolhidos por perfil técnico e seguiam seus horários e locais estabelecidos.
Infelizmente estou sendo vítima de perseguição política e afirmo que não me abalará no compromisso que tenho com meu estado e com minha querida Teresina.
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