O presidente Jair Bolsonaro afirmou à chanceler alemã, Angela Merkel, que a sua postura sobre o presidente francês, Emmanuel Macron, "tem caráter pessoal" e está ligada a supostos ataques "contra a sua pessoa e contra o nosso País", segundo nota do Palácio do Planalto.
Bolsonaro e Merkel conversaram por telefone nesta tarde. "Por fim, deixou claro que em relação ao Presidente Macron, da República Francesa, sua posição firme tem caráter pessoal em face dos ataques perpetrados por aquele Chefe de Estado contra a sua pessoa e contra o nosso País", afirmou o Planalto.
Hoje tive uma conversa bastante produtiva com a Chanceler Ângela Merkel, a qual reafirmou a soberania brasileira na nossa região amazônica. A pedido do Governo Alemão, o Serviço Europeu de Ação Externa foi mobilizado para avaliar a situação das queimadas na América do Sul.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) August 30, 2019
O presidente disse nas redes sociais que a conversa foi "bastante produtiva" e que Merkel "reafirmou a soberania brasileira na nossa região amazônica". Ainda segundo Bolsonaro, dados do satélite do Sistema Copernicus, da Europa, demonstraram queda em áreas com queimadas no Brasil de janeiro a agosto de 2019, na comparação com o mesmo período de 2018.
As informações teriam sido levantadas pelo Serviço Europeu de Ação Externa, a pedido do governo alemão, disse Bolsonaro. "Prova o compromisso do nosso governo com a questão ambiental", afirmou o presidente.
O número de focos de queimadas no País já é o maior dos últimos sete anos, segundo dados são do Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
A conversa de Bolsonaro e Merkel ocorre no momento em que o Brasil está sob pressão internacional para combater queimadas na região da Amazônia. O principal embate ocorre entre o presidente brasileiro e Macron.
O G-7, grupo de países mais ricos do mundo, que inclui a Alemanha, ofereceu ao Brasil ajuda de US$ 20 milhões para agir sobre a crise ambiental. Bolsonaro já afirmou que só aceita o recurso após retratação do presidente da França. Na quinta-feira, 29, em transmissão nas redes sociais, chamou a oferta de "esmola oferecida pelo Macron".
Segundo o Planalto, Bolsonaro "ratificou" posição de não cogitar qualquer discussão sobre soberania do Brasil sobre a floresta, "bem como sobre a governança de eventuais recursos e apoios que possam ser concedidos ao Brasil".
Ainda nesta sexta-feira, 30, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) estiveram com o presidente dos EUA, Donald Trump. A reunião serviu para enviar um sinal ao “mundo inteiro” da “relação diferenciada” entre os dois países, segundo o ministro.
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