O presidente Jair Bolsonaro criticou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) nesta sexta-feira, 28, em entrevista à rádio Jovem Pan. Citando uma informação falsade que a instituição teria impedido o acesso da Polícia Federal ao telefone de Adélio Bispo, autor da facada contra Bolsonaro em 2018, o presidente questiona o papel da OAB.
"Para que serve essa Ordem dos Advogados do Brasil a não ser para defender quem está à margem da lei?", disse Bolsonaro. Ele respondia a uma pergunta a respeito do ministro da Justiça, Sérgio Moro. O ministro tem sido alvo de críticas após o site The Intercept Brasil divulgar supostas conversas atribuídas a ele e ao procurador Deltan Dallagnol, da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.
- Foto: Bruno Rocha/FotoArena/Estadão ConteúdoJair Bolsonaro
"Sobre os vazamentos, olha o meu caso: o telefone do Adélio, por uma ação da OAB, a Polícia Federal não pode entrar nele. Não podemos saber com quem ele conversou naqueles dias quando tentou me matar. Que Justiça é essa? Não quero generalizar a Justiça brasileira. Quem está criticando ou tentando incriminar o Moro, que aliás eu não vi nada demais (nas supostas mensagens), poderia fazer uma campanha em cima da OAB."
Ministro do Turismo
Na entrevista à Jovem Pan, Bolsonaro também comentou os desdobramentos das investigações sobre supostas candidaturas laranjas do PSL em Minas Gerais. O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, era presidente estadual da sigla durante as eleições e duas pessoas ligadas a ele foram presas nesta semana.
"Estamos acompanhando o caso. Chegando no Brasil, vou conversar com Moro", disse o presidente, que está no Japão, na cúpula do G-20. "O que traz à tona esse caso do Marcelo são pessoas que receberam dinheiro não compatível com o número de votos que receberam. Falei para o Moro: que instalem devido processo em todos os partidos. Não dá para atirar só em cima do PSL. Se tiver algo de substancioso em relação ao Marcelo, tomaremos a providência. Que o processo chegue ao fim."
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