O senador Elmano Férrer (Podemos) esteve presente no encontro de associações municipais do Nordeste que ocorreu, nesta segunda-feira (18), na sede da APPM (Associação Piauiense de Municípios), em Teresina, e falou sobre a situação das barragens do Piauí e de todo o Brasil.
O parlamentar apresentou, neste mês, relatório final sobre a Política Nacional de Segurança de Barragens, na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) do Senado Federal. Ele foi o relator na comissão. “Barragens cadastradas são 24.092 mil no Brasil, mas os técnicos estudiosos dessa matéria disseram que na verdade são mais de 70 mil barragens”, afirmou.
- Foto: Helio Alef/GP1Elmano Férrer
Elmano citou o caso de barragens no Piauí que nunca passaram por uma fiscalização. “Veja, a barragem construída lá na região de São Raimundo Nonato foi a primeira grande barragem construída em 1911, uma barragem de 3 milhões e 500 mil m³, que é a barragem lá de Aldeias e uma outra em Bonfim, que pertencia ao município de São Raimundo Nonato, em 2012, no ano seguinte iniciaram a outra barragem de menor porte e essas barragens nunca passaram por uma fiscalização ao longo de um século”, criticou.
O parlamentar destacou ainda que em 2018 a questão da segurança das barragens foi discutida pela comissão. “Ano passado a discussão foi a segurança de barragens, que é um problema. Isso foi uma proposta nossa, no início de 2018, e logo em seguida teve [a tragédia de] Brumadinho. Quer dizer, é preciso termos essas catástrofes no Brasil para que os governos federal e estadual acordem para um problema secular”, declarou.
“Aqui, nós tivemos a Barragem de Algodões, tivemos agora a Barragem do Bezerro, em José de Freitas, e a barragem lá de Campo Maior, Emparedado. Tá lá, vocês podem ir e vão ver o vazamento. Eu vi com os meus olhos, eu documentei”, disparou.
Férrer cobrou medidas para que novas tragédias sejam evitadas. “Ninguém faz nada. Até quando? Quantas vidas serão ceifadas daqui pra frente? É preciso quantas Marianas para que o governo tenha a determinação de alocar recursos para os órgãos fiscalizadores dessas instituições? Recursos financeiros e recursos humanos, técnicos especializados”, questionou.
“São quase 790 barragens para rejeitos minerais, a exemplo do Fundão, lá em Mariana e agora Brumadinho, são 31 técnicos para inspecionar 790 barragens de contenção de rejeitos minerais. Não há recursos técnicos nem há recursos financeiros para esses órgãos fiscalizadores”, concluiu.
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