A deputada federal Cristiane Brasil (PTB), que foi escolhida pelo presidente Michel Temer (MDB) para assumir o Ministério do Trabalho, foi incluída na última segunda-feira (8) no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT).
Cristiane Brasil deveria tomar posse nessa terça-feira (9), mas uma decisão da Justiça Federal, que concedeu uma liminar em ação popular, suspendeu a realização do evento, porque a deputada assumiria o Ministério do Trabalh, sendo que já foi condenada a pagar uma dívida trabalhista de R$ 60,4 mil.
Segundo informações do G1, Cristiane possui dois processos na área trabalhista, com ex-motoristas que alegam ter trabalhado sem carteira assinada. Em um dos processos, ela foi condenada a pagar em 2016 uma dívida trabalhista de R$ 60,4 mil, mas como parte do valor não foi pago, o nome dela foi incluído no BNDT.
- Foto: Facebook/Cristiane BrasilCristiane Brasil
A inclusão do nome no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas é uma forma de dificultar que um devedor tente livrar seus imóveis de penhora para pagamento de dívida trabalhista.
As dívidas
A sentença foi dada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT1) e confirmada em segunda instância. Segundo informações do TRT, o mérito do caso já foi julgado e a ministra só poderá recorrer ao Tribunal Superior do Trabalho sobre o valor da indenização que ainda pode ser alterado.
De acordo com a sentença, o funcionário Fernando Fernandes não teve a carteira de trabalho assinada e, por isso, deveria ter ganho de causa para receber gratificações como férias, aviso prévio e gratificações natalinas. A carga horária do funcionário era de cerca de 15h por dia, de acordo com o juiz Pedro Figueiredo Waib, que condenou Cristiane Brasil em primeira instância.
Fernando Fernandes argumentou que trabalhou exclusivamente para Cristiane Brasil e para os filhos dela entre 2012 e 2014, em horário que ia das 6h30 às 22h. Ele declarou que recebia R$ 1 mil em espécie e outros R$ 3 mil em conta bancária.
Um processo mais recente foi registrado em 2017, pelo motorista Leonardo Eugênio de Almeida Moreira. Neste caso, a então deputada se comprometeu a pagar R$ 14 mil, em parcelas de R$ 1 mil, além de assinar a carteira de trabalho. Foi uma funcionária de Cristiane, Vera Lúcia de Azevedo, que fez os pagamentos.
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