O empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F, e o executivo da empresa, Ricardo Saud, afirmaram em depoimento à Polícia Federal nesta segunda-feira (11), que pagaram propina ao senador piauiense e presidente nacional do PP, Ciro Nogueira.
De acordo com informações do G1, o senador teria recebido uma mala de dinheiro de R$ 500 mil de doação não contabilizada na campanha de 2016 quando as doações de empresas passaram a ser proibidas. Joesley disse também que Ciro Nogueira, Temer e Eduardo Cunha foram os seus maiores interlocutores nos últimos três anos sobre o que acontecia na Operação Lava Jato.
Saud afirma que os delatores tentaram gravar a entrega de dinheiro ao senador piauiense na casa de Joesley. Segundo ele, Ciro colocou a mala no porta-malas de um carro dirigido por seu motorista, mas ele estacionou em um local onde a câmera de segurança da casa não capturou a cena.
- Foto: Lucas Dias/GP1Ciro Nogueira
Joesley contou outra versão sobre uma entrega de R$ 500 mil ao senador e presidente nacional do PP, mas não está claro se ele se refere ao mesmo pagamento mencionado por Saud. Segundo Joesley, o dinheiro em espécie foi entregue na casa de Ciro Nogueira e eram a primeira parte de um pagamento de R$ 8 milhões para o PP ajudar a então presidente, Dilma Rousseff, na votação contra o impeachment.
O delator afirma que o pagamento foi feito após Gilles Azevedo, ex-assessor de Dilma, lhe pedir para falar com o senador um dia após a saída oficial do PMDB do governo. Segundo ele, Ciro prometeu que ajudaria, inclusive com o PR, em troca dos R$ 8 milhões.
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