O deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), relator da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer (PMDB), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), defendeu a aceitação pela Câmara da acusação. Apesar de Zveiter ser do mesmo partido do presidente, ele já era considerado um parlamentar de atuação independente, provocando o temor na base aliada de que poderia adotar essa posição diante da denúncia.
“O que está em discussão não é o direito individual do presidente, mas Presidência da República, daí a necessidade de se fazer uma análise criteriosa do conjunto dos indícios colhidos no inquérito”, afirmou.
- Foto: Dida Sampaio/Estadão ConteúdoSergio Zveiter
Para o relator: “A presente acusação contra o presidente Michel Temer é grave e ela não se apresenta inconsistente, frágil, desprovida de força provatória, aptas a possibilitar que a nossa Casa Legislativa denegue a necessária autorização para que se instale o devido processo penal”.
A CCJ é a comissão que tem a responsabilidade de analisar a adequação da denúncia à Constituição brasileira e é composta por 66 deputados. Após a leitura do relatório, o colegiado deve ouvir a defesa técnica de Temer, representada pelo advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, e encerrar o encontro com a concessão de um pedido de vista por parte do presidente da Comissão, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG).
Na próxima quarta-feira (12), iniciam-se os debates, com o direito à fala dos 66 titulares e 66 suplentes, totalizando 132 parlamentares. Além destes, os líderes partidários podem se manifestar a qualquer momento.
A expectativa de Pacheco é que a Comissão possa analisar o relatório de Zveiter até a próxima sexta-feira (14), em votação simbólica que pode influenciar a decisão do plenário. Lá, o parecer do parlamentar precisa do apoio de 342 dos 513 deputados para ser aprovado, em votação nominal e aberta.
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