Segundo o Blog do Camarotti, articuladores políticos do governo foram avisados na noite desta quarta-feira (17), que vários grupos de parlamentares que integram o núcleo duro da base aliada querem a renúncia do presidente Michel Temer.
Em delação à Procuradoria-Geral da República (PGR), os donos da JBS, Joesley Batista e Wesley Batista, gravaram o presidente Michel Temer dando aval para comprar o silêncio do deputado cassado e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), depois que ele foi preso na Operação Lava Jato. A presidência confirmou a reunião, mas negou a tentativa de impedir a delação.
O presidente disse em uma reunião com conselheiros políticos nesta quarta que não tem disposição em renunciar. Além disso, segundo auxiliares, o presidente se defendeu e ressaltou que, em nenhum momento, falou sobre o silêncio de Cunha. O Planalto foi avisado que, se Temer não der sinalização rápida de solução para a crise política, através da renúncia, haverá forte movimento nesse sentido pelos próprios aliados.
- Foto: André Dusek/Estadão ConteúdoMichel Temer
Os parlamentares avaliaram também que, se Temer não tomar uma posição, será atropelado e perderá qualquer tipo de influência sobre o processo de sucessão. Na avaliação dos deputados da base alidade, só o fato de Temer ter recebido Joesley Batista reservadamente no Palácio do Jaburu mostra que houve movimento desesperado do presidente, que sofria chantagem explícita de Cunha.
Se Temer não renunciar, ele pode sofrer um processo de impeachment ou ter o mandado cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral, que julgará, no mês que vem, a ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer.
“A renúncia do presidente passou a ser um imperativo para não agravar ainda mais a crise. O governo Temer acabou hoje”, disse o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira. O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado e os deputados do PPS também defende a renúncia de Temer.
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