O atual ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR), propôs em conversas gravadas com o ex-presidente da Transpectro Sérgio Machado, que uma mudança no governo federal resultaria em um pacto para “estancar a sangria” da Operação Lava Lato, que investiga os dois.
O ministro afirmou que seria necessária uma resposta política para evitar que Moro assumisse as investigações. “Se é político, como é política? Tem que resolver essa porra. Tem que mudar o governo para estancar essa sangria”, diz Jucá no diálogo.
De acordo com a Folha de S.Paulo, os diálogos entre Romero Jucá e Sérgio Machado aconteceram semanas antes da votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara os Deputados. As conversas somam 1h15min e estão em poder da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Machado é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF), como sendo responsável por destinar R$ 500 mil a Renan Calheiros (PMDB-AL) no caso de corrupção da Petrobras. Já Jucá é alvo de inquérito no STF por suposto recebimento de R$ 1,5 milhão em propina para campanha eleitoral.
Leia os trechos da conversa divulgados pelo jornal “Folha de S.Paulo”:
SÉRGIO MACHADO - Mas viu, Romero, então eu acho a situação gravíssima.
ROMERO JUCÁ - Eu ontem fui muito claro. [...] Eu só acho o seguinte: com Dilma não dá, com a situação que está. Não adianta esse projeto de mandar o Lula para cá ser ministro, para tocar um gabinete, isso termina por jogar no chão a expectativa da economia. Porque se o Lula entrar, ele vai falar para a CUT, para o MST, é só quem ouve ele mais, quem dá algum crédito, o resto ninguém dá mais credito a ele para porra nenhuma. Concorda comigo? O Lula vai reunir ali com os setores empresariais?
MACHADO - Agora, ele acordou a militância do PT.
JUCÁ - Sim.
MACHADO - Aquele pessoal que resistiu acordou e vai dar merda.
JUCÁ - Eu acho que...
MACHADO - Tem que ter um impeachment.
JUCÁ - Tem que ter impeachment. Não tem saída.
MACHADO - E quem segurar, segura.
JUCÁ - Foi boa a conversa mas vamos ter outras pela frente.
MACHADO - Acontece o seguinte, objetivamente falando, com o negócio que o Supremo fez [autorizou prisões logo após decisões de segunda instância], vai todo mundo delatar.
JUCÁ - Exatamente, e vai sobrar muito. O Marcelo e a Odebrecht vão fazer.
MACHADO - Odebrecht vai fazer.
JUCÁ - Seletiva, mas vai fazer.
MACHADO - Queiroz [Galvão] não sei se vai fazer ou não. A Camargo [Corrêa] vai fazer ou não. Eu estou muito preocupado porque eu acho que... O Janot [procurador-geral da República] está a fim de pegar vocês. E acha que eu sou o caminho.
[...]
JUCÁ - Você tem que ver com seu advogado como é que a gente pode ajudar. [...] Tem que ser política, advogado não encontra [inaudível]. Se é político, como é a política? Tem que resolver essa porra... Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria.
[...]
MACHADO - Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel [Temer].
JUCÁ - Só o Renan [Calheiros] que está contra essa porra. "Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha". Gente, esquece o Eduardo Cunha, o Eduardo Cunha está morto, porra.
MACHADO - É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional.
JUCÁ - Com o Supremo, com tudo.
MACHADO - Com tudo, aí parava tudo.
JUCÁ - É. Delimitava onde está, pronto.
Imagem: José Cruz/ Agência BrasilAtual ministro do Planejamento, Romero Jucá
O ministro afirmou que seria necessária uma resposta política para evitar que Moro assumisse as investigações. “Se é político, como é política? Tem que resolver essa porra. Tem que mudar o governo para estancar essa sangria”, diz Jucá no diálogo.
De acordo com a Folha de S.Paulo, os diálogos entre Romero Jucá e Sérgio Machado aconteceram semanas antes da votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara os Deputados. As conversas somam 1h15min e estão em poder da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Machado é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF), como sendo responsável por destinar R$ 500 mil a Renan Calheiros (PMDB-AL) no caso de corrupção da Petrobras. Já Jucá é alvo de inquérito no STF por suposto recebimento de R$ 1,5 milhão em propina para campanha eleitoral.
Leia os trechos da conversa divulgados pelo jornal “Folha de S.Paulo”:
SÉRGIO MACHADO - Mas viu, Romero, então eu acho a situação gravíssima.
ROMERO JUCÁ - Eu ontem fui muito claro. [...] Eu só acho o seguinte: com Dilma não dá, com a situação que está. Não adianta esse projeto de mandar o Lula para cá ser ministro, para tocar um gabinete, isso termina por jogar no chão a expectativa da economia. Porque se o Lula entrar, ele vai falar para a CUT, para o MST, é só quem ouve ele mais, quem dá algum crédito, o resto ninguém dá mais credito a ele para porra nenhuma. Concorda comigo? O Lula vai reunir ali com os setores empresariais?
MACHADO - Agora, ele acordou a militância do PT.
JUCÁ - Sim.
MACHADO - Aquele pessoal que resistiu acordou e vai dar merda.
JUCÁ - Eu acho que...
MACHADO - Tem que ter um impeachment.
JUCÁ - Tem que ter impeachment. Não tem saída.
MACHADO - E quem segurar, segura.
JUCÁ - Foi boa a conversa mas vamos ter outras pela frente.
MACHADO - Acontece o seguinte, objetivamente falando, com o negócio que o Supremo fez [autorizou prisões logo após decisões de segunda instância], vai todo mundo delatar.
JUCÁ - Exatamente, e vai sobrar muito. O Marcelo e a Odebrecht vão fazer.
MACHADO - Odebrecht vai fazer.
JUCÁ - Seletiva, mas vai fazer.
MACHADO - Queiroz [Galvão] não sei se vai fazer ou não. A Camargo [Corrêa] vai fazer ou não. Eu estou muito preocupado porque eu acho que... O Janot [procurador-geral da República] está a fim de pegar vocês. E acha que eu sou o caminho.
[...]
JUCÁ - Você tem que ver com seu advogado como é que a gente pode ajudar. [...] Tem que ser política, advogado não encontra [inaudível]. Se é político, como é a política? Tem que resolver essa porra... Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria.
[...]
MACHADO - Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel [Temer].
JUCÁ - Só o Renan [Calheiros] que está contra essa porra. "Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha". Gente, esquece o Eduardo Cunha, o Eduardo Cunha está morto, porra.
MACHADO - É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional.
JUCÁ - Com o Supremo, com tudo.
MACHADO - Com tudo, aí parava tudo.
JUCÁ - É. Delimitava onde está, pronto.
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