Gilberto Paixão diz ser contra o voto distrital e afirma que projeto limita atuação do vereador

Em entrevista ao GP1 o vereador Gilberto Paixão (PT) afirmou ser contra o voto distrital. Recentemente a Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal decidiu aprovar o projeto de lei que institui o voto distrital para eleições de vereadores em municípios com mais de 200 mil habitantes.

O projeto será agora analisado na Câmara Federal e tem sido alvo de polêmica, pois pode entrar em vigor já nas eleições de 2016. Gilberto Paixão afirmou que com o voto distrital “Teresina seria dividida em 29 distritos e os partidos passariam a indicar um titular e um suplente para aquele distrito. Aí fica a disputa localizada. Aquele que conseguir o maior número de votos está eleito”.

Para Gilberto Paixão, o vereador deve trabalhar por toda a cidade e não somente no distrito que irá ser eleito.
“Eu sou contra [o voto distrital] porque já que vivemos em um sistema democrático. O voto distrital iria limitar a atuação do vereador, que não representa só um grupo ou só um bairro. Ele representa a cidade toda. Com o voto distrital você vai ter uma obrigação exclusiva com aquele bairro que está lhe dando retorno. Como sou representante da categoria comerciária, que é pulverizada em Teresina, eu vou perder minha base de apoio que é limitada a um setor” afirmou.

O vereador disse acreditar que os partidos pequenos serão os prejudicados com o voto distrital. “Eu acredito que os partidos pequenos vão sofrer mais. Primeiro com o fim da coligação, isso prejudica os partidos pequenos e com o voto distrital isso fica mais difícil ainda. Principalmente o candidato pobre, que não tem recursos. Se ele não tem recursos e infraestrutura, naturalmente ele vai ficar fora desse processo”, disse o vereador.

Os vereadores já aprovaram na Câmara Municipal de Teresina moção de repúdio contra a decisão do CCJ e estão planejando ir em Brasília discutir o assunto. “Está se criando uma frente parlamentar de vereadores para ir em Brasília falar com o Senado e a Câmara para que não passe esse voto distrital e mais outras [propostas]”, finalizou.
No Congresso, outras duas possibilidades estão sendo discutidas, o voto distrital misto e o distritão. O voto distrital misto é uma combinação do voto proporcional e do voto majoritário. Os eleitores têm dois votos: um para candidatos no distrito e outro para as legendas (partidos). Já o distritão transformaria cada Estado brasileiro em um distrito para as eleições de deputado federal e estadual, sendo eleitos os nomes mais votados.

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