O deputado federal Flávio Nogueira (PT-PI) fez duro alerta sobre os riscos do tabagismo e, em especial, sobre o avanço do cigarro eletrônico, os chamados “vapes”, principalmente entre os jovens brasileiros. O alerta ocorreu durante o ato solene em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Tabaco, realizado nesta quinta-feira (29), na Câmara Federal, por iniciativa do parlamentar piauiense, que é médico pneumologista e cirurgião torácico.
“Um a cada quatro jovens brasileiros de 18 a 24 anos já utilizou cigarro eletrônico pelo menos uma vez. Esse número projeta um horizonte muito preocupante para a saúde pública brasileira”, avaliou o deputado, citando dados de uma pesquisa conduzida pela Universidade Federal de Pelotas. Segundo o parlamentar, o “vape” pode ser ainda mais nocivo do que o cigarro comum, já que o produto carrega, além da nicotina, outras substâncias prejudiciais à saúde.
O deputado enfatizou que os cigarros eletrônicos entram no Brasil de maneira ilegal, via contrabando, já que esses produtos são proibidos no país. “Não há qualquer regulação ou controle dos ‘vapes’. Nem as pessoas que usam os cigarros eletrônicos têm conhecimento das substâncias que compõem os produtos. Um cenário que exige ações mais enérgicas do Estado no combate e mais campanhas de esclarecimento sobre os males causados pelos ‘vapes’”, observou Flávio Nogueira.
O parlamentar piauiense destacou que existe no imaginário coletivo uma falsa ideia de que os cigarros eletrônicos não são tão noviços à saúde. “É uma mentira que só favorece o aumento do consumo desse produto. Está provado que os ‘vapes’ causam dependência igual os cigarros tradicionais, interferindo na saúde e no tempo de vida das pessoas. Os cigarros eletrônicos causam câncer, doenças respiratórias e cardiovasculares e outras enfermidades que podem evoluir para a morte”, sentenciou o deputado.
Panorama do tabagismo
Durante o ato solene em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Tabaco, diante de vários especialistas da área médica, Flávio Nogueira apresentou um panorama sobre os danos gerados pelo consumo de tabaco, incluindo os cigarros tradicionais e os “vapes”.
“A OMS contabiliza, no mundo, 1,3 bilhão de usuários de tabaco, que é responsável por mais de 8 milhões de mortes por ano, sendo que 1 milhão de vítimas são pessoas não fumantes expostas ao fumo passivo, incluindo 65 mil crianças”, lamentou o deputado.
Flávio Nogueira enfatizou que, diariamente, só no Brasil, morrem cerca de 443 pessoas por causa do fumo. “São mais de 160 mil mortes por ano”, pontuou. Além do custo social, com a perda de vidas, ele lembrou que o consumo de cigarro é responsável pela elevação dos gastos com saúde pública, já que mais de R$ 150 bilhões (cerca de 1,55% do PIB nacional) são gastos por ano no tratamento de doenças ligadas ao tabagismo.