O ex-procurador e ex-deputado Deltan Dallagnol afirmou, nesta sexta-feira (22), que o tenente-coronel Mauro Cid colocou em xeque a credibilidade da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal (STF), ao divulgar os áudios sobre a sua delação premiada.

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), foi preso novamente nesta sexta, por determinação do ministro Alexandre de Moraes , sob acusação de descumprimento de medidas judiciais e obstrução de Justiça. A prisão ocorreu após o vazamento de áudios em que o oficial do Exército afirmou ter sido pressionado pela PF durante seus depoimentos, e também criticou o magistrado do STF.

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Deltan Dallagnol

“Parece que o verdadeiro pau de arara do século vinte e um e a verdadeira tortura de presos para obter delações, como disseram os senhores ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes, não estava, como nunca esteve, na Lava Jato. Estava o tempo todo no STF”, disse Dallagnol, em postagem nas redes sociais.

????Mauro Cid destrói a credibilidade da sua delação e do trabalho da PF e do STF no caso contra Bolsonaro! Em áudios bombásticos divulgados nesta noite pela revista Veja, Mauro Cid diz que a Polícia Federal o induziu a "corroborar declarações de testemunhas" e que um dos… pic.twitter.com/1kryNCxIFC — Deltan Dallagnol (@deltanmd) March 21, 2024

Para Dallagnol, a prisão de Mauro Cid foi ilegal. Segundo o ex-procurador, o tenente-coronel já cumpriu mais de cinco meses de detenção sem “acusação criminal formal”.

A prisão de Mauro Cid que acaba de ocorrer é ilegal por várias razões. Descubra no vídeo as razões e espero você na live de hoje à noite no YouTube às 19h. Traga sua indignação e suas dúvidas. pic.twitter.com/emG0UnusyX — Deltan Dallagnol (@deltanmd) March 22, 2024

“Se não existem os dois requisitos para denunciar alguém, que são a prova da existência do crime e os indícios de autoria, não há prisão. Há ainda um terceiro requisito, que mostra quando a liberdade daquela pessoa durante o processo constitui um risco para a sociedade ou para a investigação”, completou o ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato.