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Promotor de Justiça de São Paulo estava entre alvos do PCC; saiba quem é

Segundo a PF, os bandidos do PCC planejavam matar o promotor Lincoln Gakiya, do MP de São Paulo.

A Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Sequaz, nesta quarta-feira (22), para prender e cumprir mandados de busca e apreensão contra integrantes da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), que planejavam sequestrar e matar dois alvos principais: o senador Sérgio Moro e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo.

O promotor Lincoln Gakiya, de 56 anos, tem histórico de atuação contra o PCC e é o principal investigador da facção criminosa no Brasil. Em 2018, Gakiya pediu a transferência de Marcola, líder da facção, para um presídio federal. No início do ano de 2019, o chefe do PCC foi levado para a Penitenciária Federal de Brasília.


Histórico de ameaças

Essa não é a primeira vez que o promotor de Justiça ficou na mira do PCC. A polícia já desvendou planos anteriores da fação para matá-lo, pois em setembro de 2020 foi descoberto um planejamento para executar Gakiya após a polícia localizar uma carta na Penitenciária 1 de Presidente Bernardes.

Também houve suspeita de ordens de assassinato do promotor em 2018, quando Marcola ainda estava em Presidente Venceslau. Na ocasião, duas mulheres foram presas depois de serem flagradas saindo da Penitenciária 2 da unidade portanto cartas nas quais as lideranças do PCC ordenavam a morte de duas pessoas, entre elas Gakiya.

O motivo também seria o pedido do promotor para a transferência de líderes do PCC para presídios federais, o que ocorreu em 2019. A medida causou impactos para a operação dos negócios da facção, uma vez que interferiu nas redes de contatos dos chefes, afastando-os de familiares e advogados.

20 anos no combate ao crime organizado

Diante de sua atuação de quase 20 anos no combate ao crime organizado e do histórico de ameçacas, Lincoln Gakiya, conhecido no meio do crime por apelidos como “Japonês” e “Tirano”, conta com um esquema de segurança feita por grupos de elite da Polícia Militar.

Em entrevista ao jornal O Globo, em 2018, o promotor afirmou que depois de tantos anos vivendo sob ameaça, ele passou a encarar a situação com relativa tranquilidade. “Dentro do possível, minha vida é normal. Vou à academia, corro no parque. Não posso viver encarcerado na minha residência. Mas, é claro, que não é agradável explicar pros seus filhos, pra sua mulher e sua mãe por que tem tanta polícia na porta da sua casa”, contou.

Gakiya ingressou no Ministério Público em dezembro de 1991, aos 24 anos. Atuou por anos nas comarcas de Presidente Bernardes e, depois, Presidente Venceslau, onde testemunhou de perto a ascensão do controle do PCC no sistema penitenciário paulista.

Operação Sequaz

Desde as primeiras horas da manhã desta quarta-feira (22), a Polícia Federal cumpre 24 mandados de busca e apreensão e 11 mandados de prisão. Em nota, a PF informou que “os ataques poderiam ocorrer de forma simultânea, e os principais investigados se encontravam nos Estados de São Paulo e Paraná”.

A operação recebeu o nome de "Sequaz" e tem como objetivo “desarticular uma organização criminosa que pretendia realizar ataques contra servidores públicos e autoridades, incluindo homicídios e extorsão mediante sequestro, em pelo menos cinco unidades da federação”.

O nome da operação se refere ao ato de seguir, vigiar, acompanhar alguém, devido ao método utilizado pelos criminosos para fazer o levantamento de informações sobre as possíveis vítimas, conforme esclareceu a PF.

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