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Entenda como agia organização criminosa presa na Operação Visto Fake

Cerca de 11 pessoas, somente do Piauí, tentaram conseguir o visto de forma ilegal. Dessa forma, elas também serão investigadas.

Durante a “Operação Visto Fake”, policiais civis cumpriram, na manhã desta terça-feira (02), mandados de busca e apreensão em duas empresas de turismo de Teresina. A ação policial faz parte de um inquérito policial que visa investigar a falsificação de documentos para a obtenção de forma indevida do visto norte-americano. As empresas não tiveram os nomes revelados pela polícia, para não atrapalhar as investigações.

Ao todo, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, além das três prisões realizadas. Os três homens que foram presos temporariamente são: José de Arimatéia Oliveira Lima, Antônio Nonato Lima Neto e Leonardo Soares Lima. O delegado-geral Luccy Keiko pontuou que, Antônio é ex-funcionário de uma outra empresa de turismo da cidade.


  • Foto: Laura Moura/ GP1Luccy KeikoLuccy Keiko

“As pessoas que tentavam obter esses vistos pagavam valores em torno de 2 a 5 mil reais para o José de Arimatéia e o Antônio Lima Neto. Essas pessoas sabiam que não teriam os requisitos para obter o visto. Dessa forma, foram cumpridos também mais cinco mandados de busca e apreensão, inclusive dois em duas empresas de turismo em Teresina”, explicou.

Início das investigações

A Polícia Civil do Estado tomou conhecimento das falsificações de documentos em 2018. O delegado Luccy Keiko informou que a fraude foi detectada pelo próprio Consulado dos Estados Unidos e que, em seguida, entraram em contato com a polícia do Piauí. “O Consulado Americano percebeu a quantidade de pessoas que se encontravam nessa mesma situação, ou seja, tentando obter visto com a documentação falsa e sempre com esse mesmo agenciador, que seria o Antônio Lima Neto. Por isso, eles procuraram a Polícia Civil e, por isso, instauramos o inquérito”, comentou.

O Consulado conseguiu barrar todos os vistos. Cerca de 11 pessoas, somente do Piauí, tentaram conseguir o visto de forma ilegal. Dessa forma, elas também serão investigadas.

Funções de cada indiciado

José de Arimatéia Oliveira Lima

Ele era o responsável por fabricar os documentos falsos. José preparava as documentações e entregava a Antônio Lima Neto. José também recebia os passaportes quando enviados pelos Correios e, em algumas ocasiões, também realizava os agendamentos. O indivíduo também é proprietário de empresas fantasmas cujo solicitantes indicavam ter vínculo empregatício.

Antônio Lima Neto

É responsável por preparar todo o processo de solicitação de vistos para os solicitantes, preencher o formulário DS-160 com informações falsas, entregar os documentos falsos via e-mail para uso e apresentação durante as entrevistas nos Consulados, agendar as entrevistas, receber os passaportes e os pagamentos pelos serviços de fraude documental.

Leonardo Soares Lima

O indivíduo se associou criminalmente com José de Arimatéia e Antônio Lima com o objetivo de obter o visto norte-americano. Ele solicitou os documentos fraudulentos nos Estados do Rio de Janeiro, Distrito Federal e Pernambuco. Ele foi preso no município de Assunção do Piauí.

Crimes cometidos

Os três presos irão responder pelos crimes de associação criminosa e falsidade documental. Ainda de acordo com o delegado Luccy Keiko, como é a primeira fase da operação, será investigado se houve a prática de outros delitos. “Será visto se algum deles tinha a intenção de ficar no país, porque aí já seria um crime de ingresso de forma indevida no exterior com fins de permanência”, finalizou.

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