Os promotores de justiça Rômulo Cordão, Luana Azeredo, Luiz Antônio França Gomes e Cinobilino Pinheiro concederam entrevista na manhã desta terça-feira (25) na sede do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público (Gaeco), a respeito da Operação IL CAPO, deflagrada nesta segunda-feira (24) e que que culminou com a prisão do ex-procurador-geral de Justiça Emir Martins e seus familiares, envolvidos em esquema de corrupção, que já foram soltos após pedido de Habeas Corpus.
Ao todo, foram expedidos 12 mandados de prisão temporária e 12 de busca e apreensão. Emir Martins, Tiago Saunders (filho), Susyane Saunders (nora) e Mariana Saunders (sobrinha) haviam sido presos ontem, acusados de envolvimento em um esquema de desvio de dinheiro através da folha de pagamento do Ministério Público do Piauí entre o período de 2004 e 2008, na gestão do então procurador-geral. Além dos quatro já mencionados, há mandados de prisão temporária em aberto contra Maria da Glória (ex-esposa de Emir Martins), Harminda Saunders (sobrinha), Maria Liduína Saunders (cunhada), Rachel Saunders (cunhada, Andrea Saunders (filha), Agamenon Martins (genro), Samuel Pacheco (concunhado) e José Ribamar (único que não tem parentesco com Emir Martins).
O coordenador do Gaeco, Rômulo Cordão, que já havia adiantado informações do esquema chefiado por Emir Martins, apresentou mais detalhes da operação. “Trabalhamos em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Militar (PM) com foco no Ministério Público, e o período da investigação se deu de novembro de 2004 a novembro de 2010. O objetivo foi investigar crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha ou bando, e tinha como peça central o então procurador-geral, tendo como peças secundárias seus familiares no esquema criminoso”, declarou.
Após a investigação e confirmação das irregularidades, foi constatada a dilapidação do patrimônio público em valores milionários, com o enriquecimento ilícito de seus autores. O esquema desviou, pelo menos R$ 8 milhões.
Devolução aos cofres públicos
Rômulo Cordão falou da possibilidade de garantir a devolução do dinheiro desviado aos cofres públicos, mas não precisou o valor que deve ser devolvido.
Vazamento de informações
O coordenador do Gaeco foi questionado sobre um possível vazamento de informações da investigação, considerando que Emir Martins estava se preparando para fugir quando foi preso. “Estamos avaliando a possibilidade e se investigaremos ou não”, afirmou.
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