A Polícia Federal e o Ministério Público do Estado do Piauí deflagraram, nesta quarta-feira (07), a Operação Iscariotes, cumprindo mandado de busca e apreensão contra um promotor de Justiça suspeito de exigir vantagem indevida de R$ 3 milhões para arquivar um procedimento investigatório criminal (PIC). A ação ocorreu em Teresina e envolveu a Procuradoria-Geral de Justiça do Piauí (PGJ/MPPI). Em uma residência do promotor, os policiais apreenderam a quantia de cerca de R$ 900 mil, documentos e aparelhos eletroeletrônicos.

A investigação começou após a vítima relatar à Polícia Federal que foi abordada pelo promotor em um restaurante, onde foi exigido o pagamento para cessar a investigação. Diante da gravidade da denúncia, o Procurador-Geral de Justiça do Estado do Piauí foi acionado e solicitou a cooperação da Polícia Federal, já que a entrega do dinheiro era iminente.

Após dias de diligências, a equipe de investigação conseguiu confirmar os relatos da vítima, inclusive registrando o recebimento de parte do valor pelo promotor. Com base nas evidências, o Tribunal de Justiça do Piauí expediu o mandado de busca e apreensão contra o suspeito, que poderá responder pelo crime de concussão.

As investigações, que começaram há apenas uma semana, exigiram um esforço concentrado da Polícia Federal e da PGJ/MPPI devido à gravidade dos fatos. A operação foi batizada de Iscariotes em referência a Judas Iscariotes, simbolizando a traição do promotor, que deveria zelar pela lei, mas acabou traindo a confiança do Estado e da instituição.