A Polícia Civil do Piauí , por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática , indiciou Ivaldo França Alves Júnior pelos crimes de estelionato e falsa identidade. Ele é acusado de se passar pelo prefeito de Santa Cruz do Piauí, Francisco Barroso de Carvalho Neto , e aplicar golpes em um advogado, primo do gestor. O inquérito foi concluído no dia 29 de novembro pelo delegado Alisson Landin Macedo.

Conforme informações dos autos, o prefeito teve o WhatsApp clonado no dia 27 de setembro de 2019 e no mesmo dia o acusado, usando de má-fé, passou a utilizar o telefone clonado para tentar realizar diversos golpes nos familiares do gestor, entre eles o advogado James Brito Martins dos Santos, primo de Barroso Neto.

Foto: Marcelo Cardoso/GP1
Prefeito Barroso Neto

No WhatsApp, Ivaldo França Alves entrou em contato com o advogado, se passando pelo prefeito, e pediu uma transferência de R$ 5 mil (cinco mil reais). Nos prints das mensagens, que foram anexados ao processo, obtido com exclusividade pelo GP1 , a vítima afirmou que não tinha toda a quantia para realizar a transferência, mas acabou enviando R$ 1.500 (mil e quinhentos reais) para Ivaldo, achando que estava transferindo para o primo.

Foto: GP1
Suspeito pediu R$ 5 mil fingindo ser o prefeito de Santa Cruz do Piauí

Assim que enviou o comprovante da transação, James Brito passou a desconfiar que aquilo se tratava de um golpe e pediu para entrar em uma ligação com Ivaldo, mas não foi atendido. Ao realizar pesquisas, identificou que o beneficiário do valor repassado por ele se tratava de um réu em ação penal pelo crime de roubo majorado na 7ª Vara Criminal da Comarca de São Luís.

Foto: GP1
James enviou R$ 1.500 para o estelionatário achando que era seu primo

Diligências

Diante do acontecido, James ainda tentou entrar em contato com a agência bancária que recebeu a transação no intuito de levantar as informações da conta que recebeu o valor, mas foi informado que por não haver fraude, nada poderia ser feito. Após registro de boletim de ocorrência na Delegacia de Crimes Virtuais, foram instauradas diligências a fim de identificar e localizar o suspeito de realizar o golpe.

Foi determinada então a quebra de sigilo telefônico, o bloqueio da conta e um ofício foi enviado ao Banco do Brasil para fornecimento dos dados do beneficiário, além de imagens das câmeras de segurança dos terminais do Banco do Brasil.

No decorrer das investigações também foi esclarecido que Ivaldo França Alves Júnior havia realizado dois saques após o golpe, um de R$ 1.000 e outro de R$ 500. No entanto, por serem realizados em terminais de atendimento eletrônico 24h, não foi possível ter o registro das câmeras de segurança.

Por fim, diante de todo o material exposto, fruto das diligências ao decorrer do inquérito criminal aberto pela Delegacia de Crimes de Informática, foi comprovado a substancialidade do ocorrido, que resultou no indiciamento do suspeito.