A produção de pó de carnaúba no Piauí sofreu uma queda de 35% nos últimos 17 anos, passando de 13.359 toneladas em 2007 para 8.684 toneladas em 2023. Essa redução impactou a participação do estado na produção nacional, que caiu de 69,31% para 55,5% no mesmo período. A pesquisa da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS), do IBGE, destaca essa tendência de queda, que reflete tanto a diminuição na quantidade produzida quanto a redução do valor pago pela tonelada do produto.
O Piauí, apesar de ainda ser o maior produtor de pó de carnaúba do Brasil, enfrenta desafios devido ao alto custo de extração, especialmente de mão de obra, e à queda na demanda pelas indústrias, que são apontados como os principais fatores para a redução da produção. Além disso, a dificuldade em oferecer condições adequadas de trabalho, conforme a legislação trabalhista, tem gerado conflitos com órgãos fiscalizadores, agravando a situação.
Enquanto isso, o Ceará, segundo maior produtor, apresentou um crescimento de 21% na produção de pó de carnaúba, passando de 5.390 toneladas em 2007 para 6.519 toneladas em 2023. Com esse aumento, a participação do Ceará na produção nacional subiu de 27,96% para 40,90%. Os municípios cearenses de Granja, Camocim, Coreaú e Santana do Acaraú lideram a produção no estado, destacando-se no cenário nacional.
No Piauí, os municípios de Nossa Senhora de Nazaré e Campo Maior são os maiores produtores, com 365 e 364 toneladas, respectivamente. Em 2023, a produção piauiense caiu 15,3% em relação ao ano anterior, totalizando 8.684 toneladas. O valor da produção também diminuiu, passando de R$ 148,1 milhões em 2022 para R$ 119,1 milhões em 2023, uma redução de 19,5%.
A queda na produção e no valor do pó de carnaúba no Piauí reflete uma tendência nacional, com a produção brasileira caindo 17,31% entre 2007 e 2023. O valor da produção no Brasil também apresentou uma queda de 19,6%, passando de R$ 260,6 milhões em 2022 para R$ 209,5 milhões em 2023.
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