O juiz Caio Cezar Carvalho de Araújo, Central de Audiência de Custódia de Teresina, converteu em preventiva a prisão em flagrante de Solimar Lopes da Silva, a “Vovó da Facção”, alvo de operação do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), deflagrada na terça-feira (16), acusada de tráfico de drogas. A decisão foi dada nessa quarta-feira (17).
Na mesma decisão, o magistrado concedeu prisão domiciliar a Sandra da Silva Diniz, filha da “Vovó da Facção”, que também foi presa na ação, com uso da tornozeleira eletrônica.
Ao requerer a prisão domiciliar, a defesa de Sandra alegou que ela possui dois filhos menores de 12 anos. O pedido também foi feito para Solimar Lopes, contudo foi concedido apenas a Sandra. "Entendo que não se mostram suficientes e adequadas a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, sendo necessária a decretação da prisão preventiva para acautelar a ordem pública e evitar uma reiteração criminosa", destacou o magistrado ao negar o pedido a "Vovó da Facção".
Após a prisão, Solimar confirmou a comercialização dos entorpecentes e participação na facção “Bonde dos 40”, desempenhando a função de arrecadar dinheiro para a caixinha da facção.
Prisão
O Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO) deflagrou uma operação, no dia 16 de abril deste ano, para dar cumprimento a 09 mandados judiciais em várias regiões de Teresina e, também, no município de Pedro II, na região Norte do estado do Piauí.
De acordo com o delegado Charles Pessoa, em Teresina, as equipes do DRACO cumpriram mandados nas zonas sudeste, leste, norte e sul, onde prenderam uma idosa conhecida como “Vovó da Facção”, no bairro Dagmar Mazza, juntamente com sua filha, ambas acusadas de envolvimento com organizações criminosas.
“Fechou de coração” com o Bonde dos 40
O jornalista Brunno Suênio, do Portal GP1, divulgou áudio em que a “Vovó da Facção”, presa durante a Operação DRACO 107, afirma que “fechou de coração” com o Bonde dos 40.
Áudio obtido pela Coluna mostra o teor do diálogo, em forma de cobrança, que ela faz aos “irmãos da facção” para que eles façam os pagamentos e fortaleçam o núcleo da organização criminosa.
“Mas é o seguinte, vamos arcar com nossos compromissos. Nós fechemos numa facção de coração, não foi? Ninguém obrigou você, nem eu, nem outras pessoas. Só que nós temos que arcar com nosso compromisso, que é pagar o nosso caixinha, para ter o nosso direito. Ninguém está dizendo as coisas com nós [sic], porque o fulano está fazendo isso, não pode fazer, porque ele não arca com o caixinha. Porque desde quando nós fechamos na organização, nós sabemos que nós temos que pagar o caixinha. Eu não sei se quando o Marginho lhe fechou, ele disse para vocês saírem. Mas quando eu ou você, quando eu fechei com o seu Marco e seu Caio, eles foram muito real comigo. Minha “véia” está fechando, não está com o trabalho aqui, não é? Pois você tem que pagar o seu caixinha. E eu não disse não, eu disse que eu tenho que pagar, eu pago, não é?”.
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