O Piauí é o segundo estado do Brasil com maior número de famílias que sofrem com insegurança alimentar grave, equivalente a 34,3% das famílias piauienses. Os dados são da 2ª edição do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Penssan).
Veja aqui a pesquisa na íntegra
Conforme os dados divulgados pela pesquisa, nessa quarta-feira (14), o Piauí fica atrás apenas do Alagoas, que é o estado que mais sofre com a insegurança alimentar grave, com o índice de 36,7%. A insegurança alimentar ocorre quando uma pessoa não tem acesso regular e permanente aos alimentos, e é classificada como grave quando há privação no consumo de alimentos e fome.
Já quanto a insegurança alimentar moderada, o Piauí ocupa a 7ª posição com 20%; e dentre os estado com insegurança alimentar leve, o Piauí aparece na 24ª posição, com o índice de 25,8%.
Conforme a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar, a pesquisa contabilizou 12.745 domicílios, em áreas urbanas e rurais de 577 cidades, que foram visitadas entre novembro de 2021 até abril de 2022. A metodologia da pesquisa considerou a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia), a mesma utilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para mapear a fome no país.
Os dados indicam que em todo o Brasil, três em cada dez famílias estão sofrendo com insegurança alimentar moderada ou grave, e a situação é ainda mais grave nas regiões Norte e Nordeste, onde esse número sobe para 4 em cada dez famílias. As formas mais severas de insegurança alimentar, moderada ou grave, atingem fatias maiores da população nas regiões norte (45,2%) e nordeste (38,4%).
No final de 2020, eram 19,1 milhões de brasileiros que conviviam com a fome. Já neste ano, o número aumentou drasticamente e hoje são 33,1 milhões de pessoas que passam fome no Brasil porque não têm o que comer. São 14 milhões de novos brasileiros em situação de fome em pouco mais de um ano.
Retrato da fome no país:
Ainda de acordo com a pesquisa, os fatores regionais e sociais agravam a situação. Desse modo, as estatísticas apontam que a fome:
- é mais presente entre as famílias que vivem no Norte (25,7%) e no Nordeste (21%);
- é maior nas áreas rurais, onde atinge 18,6% dos domicílios;
- é realidade na casa de 21,8% de agricultores e pequenos produtores;
- saltou de 10,4% em 2020 para 18,1% em 2022 entre os lares comandados por pretos e pardos;
- atinge 19,3% dos lares sustentados por mulheres e 11,9% dos chefiados por homens;
- em relação a 2020, mais que dobrou entre os domicílios com crianças menores de 10 anos de idade;
- é maior nos domicílios em que a pessoa responsável está desempregada (36,1%);
- saltou de 14,9% para 22,3% nos domicílios sustentados por pessoa com baixa escolaridade.
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