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Juiz determina que seja marcado julgamento de Djalma Filho

O juiz Antônio Reis de Jesus Nolleto, da 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri da Comarca de Teresina/PI, determinou a inclusão do processo em pauta de julgamento.

Após o transcurso de 21 anos do assassinato do jornalista Donizetti Adalto, completados no último dia 19 de setembro, o acusado de ser o mandante do crime, o ex-vereador Djalma da Costa e Silva Filho, o conhecido “Djalma Filho”, será submetido a julgamento pelo Tribunal Popular do Júri.

Em decisão dada no último dia 07 de outubro deste ano, o juiz Antônio Reis de Jesus Nolleto, da 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri da Comarca de Teresina/PI, determinou a inclusão do processo em pauta de julgamento.


  • Foto: DivulgaçãoDjalma Filho e Donizetti AdaltoDjalma Filho e Donizetti Adalto

O magistrado negou uma série de diligências feitas pela defesa do ex-vereador consideradas meramente protelatórias.

Para ele, não se pode admitir que a parte que se veja prejudicada venha reiteradamente requerer a realização de diligências, visando obter resultado mais proveitoso.

Segundo a decisão, “cabe ao juiz filtrar a produção de provas, possuindo discricionariedade para indeferir as que julgar desnecessárias, protelatórias, inúteis ou inviáveis”.

O juiz, no entanto, deferiu pedido feito pela defesa e determinou a autoridade policial, responsável pela a investigação, para que encaminhe ao juízo, no prazo de 15 dias, o resultado do exame de balística das armas recolhidas do acusado; a juntada de todos os laudos em que tenha sido possível a identificação de compostos orgânicos que contenham as inscrições genéticas (DNA) do material hemático colhido na cena do crime; resultados do exame residuográfico no acusado e corréus e o resultado da perícia das armas apresentadas pelo acusado para a polícia.

STJ demorou quase 10 anos para julgar recurso

A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça pôs fim aos intermináveis recursos interpostos pelo ex-vereador e na sessão do dia 15 e maio deste ano, por unanimidade, não conheceu dos embargos de declaração e determinou o envio do processo a Comarca de Teresina/PI, pondo fim a uma tramitação de quase dez anos.

Djalma Filho pedia o envio dos autos ao Supremo Tribunal Federal (STF) alegando cerceamento de defesa.

Quem foi Donizetti Adalto

Natural do Paraná e radicado como apresentador de programa de TV no Piauí, Donizetti Adalto dos Santos, mais conhecido como Donizetti Adalto (Mandaguari, 7 de janeiro de 1959 — Teresina, 19 de setembro de 1998) foi um escritor, jornalista e apresentador.

Foi espancado e assassinado com sete tiros a queima roupa na madrugada do dia 19 de setembro de 1998, pouco antes de uma hora da madrugada, na Avenida Marechal Castelo Branco, nas proximidades da ponte do bairro Primavera, na zona norte de Teresina. Ele era candidato a deputado federal pelo PPS, e estava acompanhado de seu companheiro de chapa, o advogado e até então vereador de Teresina, Djalma da Costa e Silva Filho, mais conhecido por Djalma Filho, que buscava vaga na Assembleia Legislativa do Piauí também pelo PPS.

Ambos retornavam de um comício em um automóvel Fiat Tipo quando foram abordados e Donizetti assassinado sem chances de defesa. A Polícia Federal ajudou a Polícia Civil nas investigações. Djalma chegou a participar do velório de Donizette Adalto, que ocorreu no Ginásio de Esportes Verdão.

A motivação do assassinato

As provas colhidas pelo Ministério Público do Estado do Piauí denunciaram que a suposta autoria intelectual do crime recai sobre Djalma Filho, na época vereador da Câmara Municipal de Teresina. Naquela época, Donizetti já despontava no cenário político local com invejável índice de aceitação popular.

Comoção popular

Milhares de pessoas acompanharam o cortejo fúnebre saindo do Ginásio Verdão até o cemitério Jardim da Ressurreição, onde Donizetti foi sepultado.

Frases e bordões

Donizetti Adalto também criou bordões e frases que até hoje são lembrados pela população piauiense como: “Morro e não vejo tudo” e “Cristo está voltando”, ou ainda palavras como gatunagem, tatú societi e mamismo. O slogan da candidatura de Donizetti Adalto era ‘Calar não calo e Pau na Máfia’.

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