O secretário de Administração e Previdência (SeadPrev) do Piauí, Franzé Silva, afirmou ao GP1 na manhã desta terça-feira (14) que haverá corte de pontos para os professores que não comparecem às escolas para darem aula. O período letivo era para ter iniciado ontem (13), mas o Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Estado do Piauí (Sinte) decidiu adiar o início das aulas e ameaçam deflagrar greve.
“Todo e qualquer servidor que falta, o trabalho é automaticamente descontado, não é o caso específico somente dos professores, mas em qualquer situação”, declarou Franzé.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1 Franzé
A categoria reivindica o pagamento do reajuste do piso salarial de 7,64%, que será pago de forma parcelada, tendo sido pago a primeira parcela em janeiro (4%) e o restante previsto apenas para julho (3,64%). “O Governo tem que trabalhar com base em dados concretos, com projeção de receitas e o Estado só tem condições de fazer [o restante do pagamento] em julho, porque a gente não tem como saber qual o comportamento da receita no primeiro quadrimestre, não adianta assumir compromisso do fluxo de caixa para depois vir a ter problemas. Então, essa é uma lógica que nós estamos tendo de não fazer compromissos financeiros”, explicou o secretário.
Em outra entrevista ao GP1, a presidente do Sinte, Odeni Silva, alegou que o Governo do Estado recebeu R$ 145 milhões do Ministério da Educação, para pagar o reajuste, porém Franzé Silva justificou que esse recurso é insuficiente. “Só essa primeira parcela de 4 milhões de reais/mês, o MEC está repassando um milhão e 200 mil reais e isso é insuficiente, porque nós temos que aportar dinheiro do tesouro. Se fosse suficiente, todos os Estados já estariam cumprindo o piso”, pontuou.
O Sindicato dos professores anunciou que fez uma proposta ao Governo para que o restante do reajuste seja pago pelo menos até maio. No entanto, Franzé Silva afirmou que a Procuradoria Geral do Estado já entrou com um pedido de ilegalidade da greve, caso o movimento seja mesmo deliberado pela categoria. “A Procuradoria entrou ontem [13] com o pedido de ilegalidade e se [a greve] for deflagrada, nós vamos fazer o que determina a lei”, concluiu.
Na manhã dessa segunda-feira (13), o governador Wellington Dias (PT) afirmou durante a inauguração do Centro de Educação Profissional no Bairro Dirceu, que não há motivos para uma greve dos professores, uma vez que o Piauí é um dos poucos Estados que pagam o salário acima do piso nacional.
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