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Secretário de Educação de Picos demite bióloga com deficiência e caso repercute na Câmara

Caline Batista Pereira trabalhava há dez anos no município de Picos na condição de prestadora de serviços e foi demitida sem qualquer justificativa.

Sem apresentar qualquer justificativa, o secretário municipal da Educação de Picos, Padre José Walmir de Lima (PT), também vice-prefeito da cidade, demitiu no último dia 22 de janeiro dos quadros da secretaria, a bióloga Caline Batista Pereira, pessoa com deficiência. O caso repercutiu na sessão desta quinta-feira, 13, da Câmara de Vereadores.

Imagem: José Maria Barros/ GP1Padre Walmir é acusado de discriminar servidora com deficiência.(Imagem:José Maria Barros/ GP1)Padre Walmir é acusado de discriminar servidora com deficiência.

Caline acompanhou a sessão da Câmara Municipal de Picos desta quinta-feira e, distribuiu junto aos parlamentares e jornalistas uma nota de repúdio contra o Padre Walmir. O texto foi lido pela vereadora Fátima Sá (PSDB) e a atitude do secretário da educação foi condenada por Simão Carvalho Filho (PMDB) e por Wellington Dantas (PT), ambos da base aliada do prefeito Kléber Eulálio (PMDB).

“Venho por meio desta nota, expressar o meu repúdio e indignação à pessoa do secretário municipal de Educação de Picos, José Walmir de Lima, que, após dez anos de serviços prestados à referida secretaria demitiu-se de forma arbitrária, pois a demissão ocorreu por meio de terceiros e de forma verbal”, escreveu Aline.

Imagem: José Maria Barros/ GP1Biológia acusa Padre Walmir de discriminação.(Imagem:José Maria Barros/ GP1)Biológia acusa Padre Walmir de discriminação.

No texto, Caline lembra que neste período prestou serviços como professora de Ciências, de Língua Portuguesa, História, Artes e Ensino Religioso. Posteriormente, foi coordenadora de Educação Especial e, por último Coordenadora Pedagógica do Ensino Infantil.

Para a reportagem do GP1 Caline disse que sempre procurou atuar de forma eficiente, só que durante o ano de 2013 vinha sofrendo perseguição e discriminação, pelo fato de pertencer ao quadro de contratados do município de Picos desde 2003.

Imagem: José Maria Barros/ GP1Padre Walmir discursa ao lado do prefeito Kléber e do secretário de Governo Tiago.(Imagem:José Maria Barros/ GP1)Padre Walmir discursa ao lado do prefeito Kléber e do secretário de Governo Tiago.

Ela lembra que em gestões anteriores não houve nenhuma dificuldade para a realização de suas funções, pelo contrário. Sempre lhe fora facilitado o acesso e permanência em qualquer escola em que esteve. Diferente da atual gestão, que desde o início lhe tratou de forma indiferente, discriminatória e perseguidora.

Segundo Caline, logo que o Padre Walmir assumiu a pasta da Educação ela foi colocada em uma unidade de difícil acesso. Trata-se da escola municipal Timóteo Borges de Aguiar, localizada no bairro Boa Vista.

“Foi uma série de problemas que tornaram-se uma bola de neve. Exigia um remanejamento de escola, uma permuta, só que toda vez que buscava tinha empecilho. Ora o secretário não estava, ora não podia me atender. E quando me atendeu foi para dizer que não podia fazer nada pelo fato de as vagas das coordenações pertencerem aos vereadores. Coisa que não faz sentido, pois como secretário ele tem autonomia”, ressaltou Caline.

Imagem: José Maria Barros/ GP1Caline no plenário da Câmara Municipal de Picos.(Imagem:José Maria Barros/ GP1)Caline no plenário da Câmara Municipal de Picos.

Com muito custo Caline conseguiu seu remanejo em agosto do ano passado, porém, no último dia 22 de janeiro ela foi demitida. Segundo a bióloga, com essa atitude o Padre Walmir não violou apenas um ou dois direitos da pessoa com deficiência.

Para Caline, o secretário da Educação de Picos infringiu uma série de artigos presentes na Convenção das Nações Unidas sobre os direitos das pessoas com deficiência. Dentre os quais o direito da igualdade e não discriminação, da conscientização, da acessibilidade, da situação de risco e emergência humanitária, da proteção da integridade da pessoa e do trabalho e emprego.

A bióloga encerra sua nota com vários questionamentos sobre o padre José Valmir de Lima. “Depois de tantos desmandos, digam-me: Esse cidadão é digno de ser secretário de Educação? É esse que luta por justiça? Que gritava pelos excluídos? É esse, o Compromisso com o Povo”.

Imagem: José Maria Barros/ GP1Nota de repúdio.(Imagem:José Maria Barros/ GP1)

Conclusão da nota de repúdio.(Imagem:José Maria Barros/ GP1)Nota de repúdio

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