O pequeno produtor rural, associações, cooperativas ou aquela pequena indústria de origem vegetal já têm como certificar seus produtos e adquirir o selo para comercialização dentro do território estadual. A aquisição é feita na Secretaria de Assistência Técnica e Defesa Agropecuária ( Sada ), por meio da gerência de classificação vegetal da Agência de Defesa Agropecuária do Piauí ( Adapi ).

Neste ano, já foram entregues 5 selos de produto artesanal vegetal. A primeira certificação ocorreu em março e foi entregue ao Sítio R. Fonseca, de Sebastião Leal, que processa produtos derivados de buriti. A lista de contemplados com a certificação tem ainda Doces Suíta, de Antônio de Arapujo Oliveira, em Valença; Sítio Primavera, de Adriane de Jesus Frota, em Teresina; Associação Riacho dos Negros, de Maria Angelita Vieira da Silva, Palmeirais; e a Associação de Mulheres Agroestrativistas, representada por Maria Aurilene Pinto Barbosa, de São João do Arraial.

Foto: Divulgação/Ascom
Novo selo da Adapi para produtos artesanais

Até serem certificadas, indústrias de produtos como compotas, doces, frutas congeladas, azeites de óleos vegetais, geleias, picles, temperos, condimentos, conservas de frutas e pimentas, mesocarpo de babaçu e outros, passam por análises fiscais e, atendendo à legislação regulamentada este ano, recebem um selo específico, garantindo ao consumidor que o produto atendeu todas as exigências higiênico-sanitárias durante a fabricação.

“Estamos garantindo que os produtos do Piauí cheguem ao mercado com qualidade e segurança, atendendo às exigências de higiene e sanidade. Esse selo é mais do que um certificado, é uma chave para abrir portas em todo o Brasil, agregando valor ao trabalho das agricultoras e impulsionando a economia local”, diz o secretário Fábio Abreu.

Segundo o secretário, a iniciativa da Adapi, ao regulamentar e conceder um certificado de inspeção a produtos de origem vegetal, contribui para o fortalecimento da economia local, agregando valor aos produtos e permitindo sua inserção em programas federais, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). "O selo, além de ajudar nessa inserção aos programas governamentais, promove a geração de emprego e renda, alinhando-se ao plano de governo do governador Rafael Fonteles", defende.

Adesão ao selo agrega valor de mercado ao produto

A adesão ao Selo de qualidade Estadual para o produto artesanal é voluntária, mas uma vez obtido o registro e, posteriormente, o Selo de Certificação Artesanal, o empreendedor agrega valor de mercado ao seu produto.

"A certificação desse tipo de produto, através do selo artesanal, não é obrigatória, mas muito importante para conquistar mercado, uma vez que credencia o produto a ser comercializado em todo o Brasil com a devida segurança ao consumidor", explicou Ernando Cardoso , Gerente de Classificação e Inspeção Vegetal da Adapi.

Conforme informações da Adapi, a demanda vem aumentando e, atualmente, a agência está com 20 pedidos em análise. Qualquer produtor pode entrar com o processo de certificação de seu produto junto à Adapi ou pedir mais informações sobre como fazer isso através do e-mail educacaosanitaria@adapi.pi.gov.br ou pelo whatsapp 086994611644.

Experiências que geram lucro

O certificado para Associação Riacho dos Negros, em Palmeirais, veio em uma data simbólica, o Dia do Psicólogo, tornando o momento ainda mais especial. O projeto, que começou durante a pandemia de Covid-19 como uma forma de apoio psicológico às mulheres da comunidade, se tornou um trabalho lucrativo.

Uma das associadas, Maria de Souza, expressou sua emoção ao receber o certificado e disse que o selo representa muito mais do que reconhecimento. "Ele simboliza nossa força e dedicação. Durante a pandemia, encontramos uma nova forma de nos sustentar e, agora, vemos nosso trabalho ganhar o mundo. É um sonho realizado”, disse.

O sonho de ter um caminhão à porta da associação para carregar seus produtos já foi realizado, e já está sendo planejada a reforma da atual sede para ampliação da fabricação e de produtos. Atualmente cerca de 30 associadas trabalham com tempero completo, doce de tamarindo, doce de melancia, pasta de alho e sequilhos de coco já devidamente registrados. Também estão planejando o trabalho com novos produtos, como pequi e maxixe em conserva, que já estão em fase de estudo de durabilidade e devem ser lançados no primeiro semestre de 2025.

Segundo o diretor-geral da Adapi, João Rodrigues, esse trabalho aumenta a demanda de atividades relacionadas diretamente à saúde da população pela agência e se soma à inspeção de alimentos, produtos e subprodutos de origem animal, consolidando seu papel na agroindústria e agronegócio do estado.