O juiz Washington Luiz Gonçalves Correia , da 7ª Vara Criminal da Comarca de Teresina, condenou três homens que se passaram por membros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) para ameaçar e extorquir dois empresários da cidade de Avelino Lopes. A sentença foi proferida nesse domingo (2).

Bruno Gonçalves Sousa foi condenado a 13 anos, 3 meses e 5 dias de reclusão, enquanto Kaíque Cesar Aparecido dos Santos e James Pereira de Santana foram sentenciados, cada um, a 11 anos, 4 meses e 13 dias de reclusão. Além disso, o magistrado determinou que o trio devolva o montante de R$ 370 mil que foi subtraído das vítimas – um homem e uma mulher que são irmãos e desempenham atividades comerciais em Avelino Lopes.

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Bruno Gonçalves, Kaíque César e James Pereira

Os criminosos iniciaram as ameaças no dia 14 de março do ano passado, quando um deles ligou para a empresária afirmando ser integrante do PCC e dizendo que possuía informações sobre seus familiares, em especial, seu irmão, que posteriormente também foi vítima da extorsão. As ligações eram realizadas de um número de DDD 11, indicando que os bandidos seriam de São Paulo.

Naquela data, a vítima efetuou quatro transferências bancárias, via Pix, em favor da conta-corrente registrada em nome de James Pereira de Santana, totalizando o valor de R$ 82 mil. No dia seguinte, após receber novas ameaças, a empresária efetuou mais quatro transferências bancárias, em favor da mesma conta, totalizando R$ 68 mil.

Passados alguns dias, mais especificamente em 20 de março de 2023, a vítima foi alvo de novas ameaças e efetuou uma transferência no valor de R$ 10 mil em favor de Kaíque César Aparecido. No dia seguinte, o empresário irmão da vítima também passou a ser ameaçado, e transferiu R$ 120 mil para a conta de Kaíque César.

As ameaças persistiram em abril, e a empresária transferis mais R$ 90 mil para os criminosos, totalizando um golpe de R$ 370 mil em desfavor dos dois irmãos, que finalmente decidiram procurar a polícia em Teresina.

Bandidos davam detalhes da rotina das vítimas

Em Juízo, a empresário disse que os criminosos que a extorquiram demonstravam ter informações sobre a vida e rotina sua e de sua família, inclusive determinada roupa que seus familiares usavam em determinado dia, o que fez com que ela acreditasse que, de fato, corria riscos.

Nas ligações, um dos bandidos chegou a dizer que “arrancaria a cabeça” do empresário.

Condenação

Diante disso, o juiz Washington Luiz Gonçalves condenou Bruno Gonçalves, Kaíque Aparecido e James Pereira pelos crimes de associação criminosa e extorsão. “A investigação conduzida pela polícia judiciária, os depoimentos em Juízo, bem como o interrogatório dos réus, são aptos a demonstrar a conduta dos associados, com a finalidade de cometer os delitos de extorsões contra as vítimas, por meio de ameaças de morte, com o intuito de obter indevida vantagem econômica”, concluiu.

James Pereira já se encontra preso, enquanto Bruno Gonçalves e Kaíque Aparecido estão foragidos.