O Piauí e outros sete estados brasileiros abrangidos pelo Cerrado , segundo maior bioma brasileiro em extensão, mais conhecido como savana brasileira, serão alvos de uma força-tarefa do Governo Federal que visa combater o desmatamento nessa região. A iniciativa faz parte do Plano de Ação Contra o Desmatamento do Cerrado (PPCerrado), que foi retomado no ano passado.

A decisão sobre a ação aconteceu após reunião dessa quarta-feira (27) no Palácio do Planalto , que contou com a participação de ministros e representantes de alguns estados, além de ministros do Governo Federal, que juntos debateram possíveis soluções para esse problema. Segundo monitoramento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais ( INPE ), o bioma registrou aumento de 19% nos alertas de desmatamento em fevereiro de 2024, comparado ao mesmo período no ano anterior.

Foto: Divulgação/Thomas Bauer/Instituto Sociedade População e Natureza
O Cerrado é considerado o segundo maior bioma brasileiro

Entre agosto de 2023 a fevereiro deste ano, o Cerrado perdeu 3.798 quilômetros quadrados (km²) de vegetação nativa. O levantamento também apontou que o cenário mais grave é registrado nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, conhecidos pela sigla Matopiba.

Essa região é apontada como a nova fronteira agrícola do país, corresponde a quase 75% do desmatamento do bioma. Dos 52 municípios responsáveis por metade dos desmatamentos, 50 pertencem a esses quatro estados.

Conforme a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva , a integração entre os governadores e o Governo Federal é uma ferramenta fundamental para combater o desmatamento no Cerrado. “A grande participação de governadores é uma demonstração de que o problema será resolvido, em um pacto que envolve o governo federal, os governos estaduais, envolve o setor produtivo, a sociedade civil e a comunidade científica”, esclareceu Marina Silva.

Além da força-tarefa com ação direta dos governadores, o trabalho de combate à degradação do Cerrado também envolve a unificação das bases de dados dos estados com o Governo Federal. A participação e apoio desses estados pode garantir a liberação de recursos do Fundo Amazônia para financiar ações, visto que 20% do valor pode ser aplicado em monitoramento e controle em outros biomas.