O empresário Wendel Snaypi Lima Gomes , proprietário da loja Maguim Cell , preso em agosto do ano passado, acusado de comprar carga roubada de aparelhos celulares e vender aparelhos eletrônicos sem procedência, se manifestou pela primeira vez sobre o caso, nessa quarta-feira (17).

Em sua página no Instagram, Wendel Snaypi publicou um vídeo no qual afirma que é inocente e que provará isso na Justiça. Ele também explicou a situação que resultou na sua prisão. Conforme o empresário, ele efetuou a venda de um celular a uma cliente que, como forma de pagamento, deu o aparelho celular dela e o restante da diferença. Wendel afirmou que ao conferir os dados do celular nos sistemas, não constava nenhuma restrição.

“Meus clientes, amigos e seguidores devo esclarecimentos a vocês de tudo que aconteceu no dia 1 de agosto de 2023 comigo. Semanas antes eu fiz uma promoção, na qual uma cliente se direcionou até a minha loja e efetuou a compra de um dispositivo com a gente. Lá, no modelo de pagamento, ela selecionou o upgrade, ou seja, deu o seu aparelho de entrada e a diferença. Logo em seguida, meus funcionários receberam o dispositivo dela, fizeram todas as consultas das quais a gente tem acesso e não estava constando nenhuma restrição nesse dispositivo”, explicou.

Segundo Wendel, esse mesmo aparelho foi revendido para outra cliente, que foi alvo de uma ação da polícia. “Depois a gente vendeu [esse dispositivo] para outra pessoa e essa pessoa foi surpreendida com autoridade policial que disse que o aparelho se encontrava com restrição por roubo ou furto. Logo em seguida esse cliente foi até a minha loja e falou que o aparelho tinha origem de roubo ou furto”, pontuou.

“No dia 1º de agosto, eu fui surpreendido com mandados de busca e apreensão tanto na minha casa como na minha loja. Logo em seguida fui preso, passei 18 dias, mas confio muito na justiça, respeito toda a autoridade policial e tenho certeza que em breve conseguirei provar minha inocência. Minha loja se encontra fechada com as atividades econômicas suspensas”, concluiu o empresário.

Relembre o caso

O empresário Wendel Snaypi Lima Costa, proprietário da loja Maguim Cell, foi preso pela segunda vez, no dia 1º de agosto de 2023, por suspeita de comprar uma carga roubada de aparelhos celulares e vender aparelhos eletrônicos sem procedência. Ele foi preso no bairro Joia, em Timon, e duas lojas foram interditadas no Shopping da Cidade, em Teresina.

A ação foi deflagrada pela Superintendência de Operações Integradas (SOI), com apoio da Receita Federal, que deram cumprimento a um mandado de prisão preventiva e um mandado de busca e apreensão e suspensão das atividades econômicas em desfavor do acusado. Segundo o delegado Matheus Zanatta, o homem deve responder pelo crime de descaminho.

Primeira prisão

Wendel Snaypi Lima Costa já foi preso durante a operação “Interditados II”, deflagrada em abril de 2023. A ação teve como objetivo combater a venda de aparelhos celulares oriundos de roubo ou furto em lojas localizadas no Shopping da Cidade.

Então, foi lavrado o auto de prisão em flagrante pela Polícia Federal em razão de indícios de autoria e materialidade do crime de descaminho na Loja Maguim Cell, pertencente ao investigado.

Roubo de carga

A investigação da Polícia Civil aponta que no dia 16 de janeiro dois homens armados, sob forte ameaça, renderam o motorista de um veículo que estava transportando uma carga de celulares.

O crime aconteceu na Avenida Humberto Pietrogrande, bairro Beira Rio, em Teresina. Após a ação criminosa, a empresa de rastreamento foi acionada e o veículo roubado foi localizado na Estrada da Alegria, zona sul da Capital.

No decorrer das investigações, a polícia encontrou um dos aparelhos roubados em posse da mulher de iniciais J.Y.A.L., que em depoimento, afirmou ter comprado o celular na loja do investigado Wendel Snaypi Lima Costa.

Indiciado

No dia 8 de agosto de 2023, Wendel Snaypi foi indiciado pelo crime de receptação qualificada. O inquérito, que investigou o roubo de uma carga de celulares, foi concluído pelo delegado Filipe Bonavides Eloy, da Superintendência de Operações Integradas (SOI).

Conduta

No relatório foi evidenciado que a conduta do empresário, consistente no dolo de comercializar aparelhos celulares e outros produtos eletrônicos, ciente de que eram oriundos de roubo denota maior reprimenda penal.

“As investigações que se transcorreram durante o período em que o acusado comercializava tais produtos foram firmes para comprovar que este sabia, ou no mínimo deveria saber, da origem ilícita de tais bens e, mesmo assim, ignorava os sinais de procedência ilícita dos bens e os colocava em circulação para a sociedade, fazendo disso seu meio de vida e de ostentação em redes sociais”, diz trecho do inquérito.

Por fim, o empresário foi indiciado pelo crime de receptação qualificada por adquirir, vender ou utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime.

Já a cliente que repassou o celular como forma de entrada também foi indiciada pelo crime de receptação qualificada, mas por adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso.