A Delegacia de Polícia Civil de Bom Jesus, a 545 km de Teresina, concluiu o inquérito que resultou no indiciamento da médica Norma Maria de Cassia Lima Sarmento Veloso Martins por crimes de perseguição (stalking), falsificação de selo ou sinal público e falsificação de documento particular.
De acordo com o relatório final do inquérito policial, assinado pelo delegado Jucier Alyson Alves dos Santos, a investigada teria praticado uma série de atos contra seu ex-companheiro, Kleciton Nogueira Araujo, e familiares dele após o término do relacionamento. As investigações apontam que a médica enviava mensagens insistentes não apenas para Kleciton, mas também para membros de sua família. Além disso, a acusada teria feito abordagens presenciais que configuraram perseguição e intimidação.
Um dos aspectos mais graves do caso é a acusação de que Norma teria criado e utilizado documentos falsos, incluindo selos de cartórios e exames médicos. Entre os documentos falsificados estavam supostos testes de gravidez e ultrassonografias.
O relatório destaca que as ações da investigada causaram significativa perturbação na esfera privada da vítima e de seus familiares. Em um dos episódios mais alarmantes, Norma teria chegado a contatar o médico obstetra da esposa de Kleciton para obter informações sobre uma suposta gravidez.
Com base nas evidências coletadas, que incluem depoimentos de testemunhas, análises técnicas de documentos e registros de comunicações, a autoridade policial indiciou Norma Maria de Cassia Lima Sarmento Veloso Martins nos seguintes artigos do Código Penal Brasileiro: Art. 147-A (Perseguição - Stalking), Art. 296, § 1°, Inc. II (Falsificação de Selo ou Sinal Público) e Art. 298 (Falsificação de Documento Particular).
O inquérito foi enviado à Justiça dia 18 de dezembro de 2024, e aguarda a manifestação do Ministério Público. Se condenada, a acusada pode enfrentar penas que variam de seis meses a cinco anos de reclusão, além de multa.
Outro lado
Ao GP1, a advogada da médica Norma Maria de Cassia Lima Sarmento Veloso Martins afirmou que ainda restam questões a serem analisadas no inquérito. "Inicialmente não houve a juntada nos autos do pedido de indiciamento. Há algumas questões a serem analisadas antes disso, uma vez que o inquérito foi presidido por um delegado que é amigo de infância da suposta vítima", declarou.
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